Animação de praças e largos precisa de mais divulgação

0
745
Artesanato

Terminou no sábado, 28 de Agosto, a animação de Verão na cidade com a actuação de um quarteto de saxofones de Lisboa, no Largo Dr. José Barbosa. O habitual frio dos serões oestinos não deixou encher aquele espaço, que teve a habitual presença de bancas de artesanato.

“É uma pena estar tão pouca gente”, comentava Irene de Jesus, de 87 anos, que veio ao Largo Dr. José Barbosa ouvir a música erudita do quarteto de saxofones. Em volta da escultura de Antonino Mendes, que se encontra no centro daquele largo, não estariam ao todo três dezenas de pessoas que dificilmente resistiam ao fresco do serão.
Segundo esta idosa, este tipo de animação deveria acontecer mais vezes na cidade, opinião partilhada por Clotilde Trindade, e 75 anos, que salientou o facto de estar pouca gente “porque há pouca ou nenhuma divulgação”.
Ainda por cima era noite de futebol, o que implica que parte do público prefira ficar em casa em frente ao ecrã. “Ontem fui ao Bairro da Ponte ver o Zé Praia e nem cadeiras puseram, havia apenas os bancos da rua”, comentou esta alentejana, que vive nas Caldas há 49 anos e não gostou da falta de condições para assistir ao evento do dia anterior.
“A animação decorreu ao longo do último mês e meio e foi uma boa aposta na medida em que houve circulação de pessoas no centro da cidade”, disse o vereador Hugo Oliveira, satisfeito com a primeira experiência deste formato que une concertos ao artesanato local.

A grande aposta deste ano foi em grupos locais que permitiram manter uma animação semanal e nalguns dias com eventos a decorrer em simultâneo em vários pontos da cidade. Houve espectáculos para todos os gostos, desde o jazz à música erudita e ligeira, sem esquecer a dança com apresentações de break  dance.
“Apostando na prata da casa foi-nos possível diminuir custos”, disse Rogério Rebelo, director do Centro da Juventude, que salientou a bem sucedida noite de fados que teve lugar no Beco do Forno.
A autarquia trabalhou com elementos do Centro da Juventude e pensa agora em desenvolver alguns eventos como a Festa das Artes em que o artesanato voltará a estar em destaque.

- publicidade -

Artesãos querem voltar às ruas da cidade

“A experiência foi boa, apesar das noites frias e de as pessoas terem perdido o hábito de sair à noite”, disse a ceramista Paula Clemente, de Óbidos, que apesar de não ter vendido muito, ficou satisfeita por ter participado. Dos sítios que mais gostou de vender foi na rua Miguel Bombarda pois “é um local de grande passagem e as pessoas acabam por tropeçar em nós”, disse.
Para esta ceramista, que tem o seu atelier de trabalho no concelho vizinho, o ideal será a realização de iniciativas congéneres, mas durante o dia.
Para Inês Timóteo, que estava a vender trabalhos em Bordados das Caldas, “esta foi uma boa iniciativa que funcionou como chamariz para atrair as pessoas ao centro da cidade”.  Na sua opinião, esta aposta no artesanato, sobretudo nos bordados locais  – que considera que estão pouco divulgados – deveria continuar sobretudo na altura do Natal.
Quem também estava satisfeita por participar era Rita Brito, que em part-time se dedica à bijuteria. “Foi uma boa oportunidade para dar a conhecer os nossos trabalhos”, disse a autora, que acha que a mostra deveria repetir-se, mas sem esquecer de se apostar mais na divulgação.
“Hoje em dia a cerâmica já não se vende com tanta facilidade”, comentava a ceramista Susana Jorge, que faz um balanço positivo da participação neste programa de animação de Verão. “Fiz vários contactos e fizeram-me posteriores encomendas”, contou a autora, que acha que se poderia fazer eventos dedicados ao artesanato pelo menos uma vez por mês. “Acho que poderiam realizar-se actividades regulares ao longo de todo o ano para as pessoas se habituarem”, disse.

- publicidade -