O caldense é um dos directores criativos mais premiados do país

André Sentieiro é um dos directores criativos ligados ao mundo da publicidade mais premiados do país. O caldense tem agora a sua própria empresa e gostaria de ajudar a promover a região Oeste onde nota que há grande potencial. O criativo caldense que saiu da Partners continua a desenvolver o seu trabalho com clientes nacionais e estrangeiros

André Sentieiro tem-se dedicado profissionalmente ao mundo da publicidade e, nos últimos anos, esteve na agência Partners onde passou
por vários cargos directivos, desde director criativo digital, director de design, head of branding e director criativo. O caldense coordenou diversas campanhas para clientes nacionais como o Turismo de Portugal, os CTT ou CR7, tendo sido reconhecido com dezenas de prémios do sector. Agora decidiu sair da agência e criou a DOGU, uma empresa própria, que lhe permite dividir-se entre o Oeste e a capital. À Gazeta das Caldas, André Sentieiro explicou que os prémios que foi conquistando “serviram para dar visibilidade numa altura importante em que podia crescer nesta área”. Conta que foram conquistas alcançadas ao longo de uma década que lhe permitiram chegar à direcção criativa e de design da melhor agência criativa em Portugal, a Partners. A partir daí “o interesse veio diminuindo e acabou mais na visibilidade que trazia aos nossos clientes e ou à minha equipa”, contou o responsável. Sem dúvida que hoje “é mais importante o impacto que o nosso trabalho causa na opinião pública e se isso traz benefícios directos aos clientes com quem trabalhamos e à vida das pessoas”.
Com a sua nova empresa, o designer quer continuar a trabalhar para o competitivo mercado internacional até porque “é fascinante exportar design”. André Sentieiro neste momento a trabalhar na identidade de User Interface para um escritório de advocacia em Los Angeles (EUA) e a reformular a identidade de uma empresa de gaming de Chicago.

Mais marcado por ideias do que campanhas

O director criativo, ao longo da sua carreira, ficou marcado mais “pelas ideias e relações do que pelas campanhas”. André Sentieiro salientou o facto de ter criado, por exemplo, “a ideia e a solução para a primeira estação de metro no mundo funcionarcomo um palco de eventos e activações, onde as paredes eram quase totalmente preenchidas com projecção de vídeo com informação em tempo real”. Referiu-se à BlueStation que desenvolveu no metro da Baixa-Chiado e que foi uma ideia que foi posteriormente replicada fora de Portugal.
“A ideia teve como resultado uma grande receita para o Metro de Lisboa, deu emprego, deu palco a artistas e ganhou imensos prémios criativos nacionais e também internacionais numa das competições mais importantes do mundo”, disse André Sentieiro, recordando que, na altura, Portugal recebeu três prémios e dois foram referentes a este projecto. “Foi algo que me marcou e que me deu muito orgulho”. Também referiu que o trabalho que fez para a Brisa/Via Verde sobretudo porque se tratou de um projecto que implicou “uma mudança profunda destas marcas e da comunicação com as pessoas”. Desde a criação da marca Via Verde até à publicidade, tudo passou pelas mãos e orientação do caldense André Sentieiro. O publicitário também apreciou todo o trabalho que fez com o Turismo de Portugal, tendo salientado que “trabalhar a marca que é o nosso país é, sem dúvida, algo demais”.

Onda gigante em Nova Iorque

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A ligação entre a agência Partners e o Turismo de Portugal tem dado acções “muito importantes que têm marcado pela diferença”. Campanhas como “Can’t Skip Portugal” e a onda gigante da Nazaré, em Nova Iorque deixaram uma marca forte. “Pode ser que um dia possa fazer ainda mais pela minha região”, afirmou o criativo que considera que a zona Oeste “tem muitas bandeiras que actualmente já são conhecidas fora das fronteiras”.
Para André Sentieiro esta é “a melhor zona de surf na Europa” mas possui mais áreas de interesse como são por exemplo “a arte e a cultura”, disse o director criativo. Na sua opinião “a receita passa por sermos arrojados”, além da necessidade de “definir um pouco mais o que é esta zona em termos estratégicos, quais o valores e activos, para depois se encontrar um tom certo”.
Em relação ao Oeste, o designer tem uma preocupação: estudos recentes, ainda em desenvolvimento apontam o Oeste como uma óptima zona para o que infelizmente “aí vem de mau”, os efeitos do aquecimento global. “E aqui, a acção pode ser mais eficaz porque é algo que podemos definir com mais tempo”, referiu o director criativo que acha que as pessoas dos países mais a Norte “vão querer procurar climas idênticos ao do Oeste”. Como tal, acha que “há aqui pelo menos um ângulo que podia ser explorado”.
André Sentieiro viveu nas Caldas até aos 19 anos, formou-se em Tomar até 1999, ano a partir do qual se estabeleceu em Lisboa. Ainda regressou à cidade dos Templários para frequentar o seu mestrado. André Sentieiro explica que o que lhe abriu portas para o mundo do design foi a música. Segundo o designer a música que se fazia nas Caldas nos anos 90 “era de topo”, algo que lhe serviu de inspiração. “Conheci muitos desses músicos que se tornaram até hoje amigos do coração e que acabei por ter nas minhas bandas”, referiu. Nas Caldas, André Sentieiro fez parte dos grupos musicais Mother’s Screen, Tom’s Goblin, Mumo e Loopooloo, a par de outros que integrou em Lisboa.
“Loopooloo para mim é mais do que uma banda, é uma amizade que não se desliga e é uma banda que tende a nunca desaparecer em tributo a isso mesmo. Ainda hoje em dia tentamos marcar ensaios e, por vezes, com sucesso”, rematou o director criativo, natural das Caldas da Rainha.

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