
A Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO) comemora 35 anos. As 250 empresas que fazem parte desta associação representam 642 milhões de euros em vendas, dos quais perto de 80% destinam-se ao estrangeiro. Ana Maria Pacheco é a presidente da direcção desde 2002 e diz que a burocracia e as dificuldades no acesso à banca são entraves ao desenvolvimento da indústria. Na sua opinião, a Zona Industrial das Caldas tem as condições básicas, mas falta “fazer-se uma acção muito assertiva junto de empresas internacionais” tendo em conta sua a centralidade e as acessibilidades.
O apoio à criação de empresas é uma das apostas da associação e a presidente defende que os empreendedores não devem temer o risco. Diz ainda que não há sectores saturados desde que exista criatividade e qualidade no serviço.
GAZETA DAS CALDAS: Como se caracteriza a AIRO?
ANA MARIA PACHECO: É uma associação sem fins lucrativos que foi considerada de interesse público em 1989. Trabalhamos de forma voluntária para um maior desenvolvimento económico com base nas empresas.
A missão da AIRO é fortalecer o tecido empresarial na região. Sempre apostámos bastante na formação e no financiamento e temos apoio jurídico para os sócios.
GC: Há uma partilha de experiências entre os empresários da associação em que os mais experientes ajudam os mais novos a alavancar os seus negócios?
AMP: Isso acontece em tudo, mas especialmente no âmbito de sermos uma entidade parceira de apoio técnico do IEFP (EPAT), que consiste em ajudar quem tem um projecto a concretizá-lo, ou não.
Há bastantes casos de empresas que começaram, por exemplo, com micro-créditos. Nós temos uma parceria com a Cooperativa António Sérgio de micro-crédito. Damos a nossa experiência e aprendemos com a frescura de quem tem uma ideia nova.
GC: O nome da associação sofreu uma alteração de associação industrial para empresarial. Porquê?
AMP: Tem a ver com duas coisas: o pragmatismo e a realidade dos factos. Infelizmente não há muitas novas indústrias, mas há muitos novos serviços e empresas de comércio. Então, ao ser associação empresarial, abrange isso tudo e já era essa a realidade porque já tínhamos os sócios de empresas não industriais.
GC: Há alguma interacção com a ACCCRO? Justifica-se haver as duas?
AMP: Nós coexistimos com a ACCCRO em vários organismos como a ETEO, a própria ADIO e mantemos boas relações com todas as pessoas.
A AIRO aposta muito em termos de futuro no Conselho Empresarial do Oeste (CEO), que já existe e que foi um pacto difícil porque implica abrir mão de algum isolamento. O CEO junta várias associações porque muitos divididas não têm poder nem influência, mas ao juntar várias, a par com a organização em termos de território, através da OesteCIM, faz com que haja uma organização da actividade económica do território.
GC: Como vê uma eventual fusão entre a AIRO e a ACCCRO?
AMP: A ACCCRO esteve na primeira fase do CEO, mas decidiu não continuar. Tendo em conta isso, não vejo grandes probabilidades. Há sempre hipóteses de fusão entre todas as entidades, desde que queiram e se sentem à mesa, mas neste momento não está nada em cima da mesa.
“Na prática não é assim tão fácil obter financiamento”
GC: O que é preciso para dimensionar a indústria?
AMP: Ainda há um bocado de burocracia, mas sobretudo não há muita facilidade no financiamento. Fala-se muito de empreendedorismo, mas depois, na prática, não é assim tão fácil obter financiamento. E há que incentivar os que querem arriscar. De uma maneira geral, há uma grande aversão ao risco, o que é mau. O prejuízo de não fazer algo é muito maior do que o de errar. No mínimo aprende-se.
GC: E como se pode dinamizar a Zona Industrial das Caldas?
AMP: Há bastantes anos que se fala de uma zona de localização empresarial, que é fazer uma espécie de bairro com vida própria, com infantários, onde os trabalhadores podem deixar as crianças, com restaurantes, que já existem. Um sítio com bom aspecto, com zonas verdes, para atrair as pessoas, porque as empresas também têm os seus showrooms.
Acho que ainda se pode fazer alguma coisa, mas já está muita coisa feita. Com isso conseguido, deve fazer-se uma acção muito assertiva junto de empresas internacionais.
No caso das Caldas da Rainha há cinco entradas para auto-estradas e tem uma localização central. É pegar nisso e convidar as empresas.
Há impostos relativamente baixos para as empresas que se queiram fixar. Mas a resposta rápida também é muito importante para um investidor, seja ela qual for.
GC: A Zona Industrial poderia migrar para um parque tecnológico?
AMP: Acho que não. Há um parque tecnológico perto, em Óbidos, que se está a desenvolver bem e com o qual também temos parceria. Acho que deve é haver colaboração, como já há. Porque todos querem o desenvolvimento.
GC: Qual a importância das empresas exportadoras e das exportações no contexto do Oeste?
AMP: Houve uma altura de grande aumento e agora tem-se mantido. O nosso principal mercado é a Europa e a economia europeia está algo fragilizada agora, mas não deixa de ser a maior zona comercial do mundo.
GC: E que influência pode ter o Brexit?
AMP: Acho que vão sair de lá empresas.
GC: Alguns industriais da região têm-se queixado da dificuldade de recrutar mão-de-obra qualificada para determinados sectores. Existe essa dificuldade? O que pode ser feito para a contrariar?
AMP: Tentamos colmatar isso. Um exemplo positivo é a AutoEuropa, em que é criado um ambiente amigo da actividade económica e do mundo automóvel e é mais fácil para qualquer empresa do ramo ir para lá porque sabe que tem pessoas que estão habituadas ao sector. Nós tentamos isso também.
“Uma associação com uma actividade sustentável”
GC: Quais são as receitas e os gastos da AIRO? Não tendo fins lucrativos, é sustentável?
AMP: Estamos perfeitamente equilibrados. Tivemos em 2015 mais de 151 mil euros de receitas, a maior parte das quais por serviços prestados no âmbito de vários projectos (a parte das quotas dos sócios ascenderá a 25 mil euros).
Somos das poucas associações que tem as contas registadas e temos sempre resultados positivos. Não temos passivo. A nossa autonomia financeira é de 89,6%.
As maiores despesas são os ordenados da equipa e dos colaboradores na formação, sendo que uma parte dos custos com estes vêm de fundos comunitários. Temos uma viatura e o respectivo consumo de combustível. Temos seguros.
GC: Quantos associados tem a AIRO e como tem sido a evolução do número de sócios?
AMP: Temos 250 associados activos, sensivelmente. Houve uma altura em que houve uma “mortandade” de empresas que fez diminuir o número de sócios. Entretanto há várias empresas cuja iniciação apoiámos e que acabam por se tornar sócias. O número tem crescido, embora pouco porque é o ritmo da actividade económica.
O nosso tipo de associados é diferente de uma associação comercial de centro de cidade. Temos empresas com volumes de milhões de euros, temos uma base bastante transversal em dimensão de empresas.
GC: As quotas das empresas são fixas ou consoante a facturação?
AMP: São consoante a facturação. São valores baixos. No primeiro ano de actividade os associados pagam 60 euros, a partir daí 72 euros (caso o volume de vendas não exceda os 100 mil euros). Dos 100.001 euros aos 500.000 euros pagam 120 euros ao ano. Dos 500.001 ao milhão de euros o valor anual é de 180 euros e caso o volume de vendas seja superior a 1 milhão de euros pagam 240 euros.
Grupo empresariais (três ou mais empresas) que facturem até 5 milhões pagam 360 euros e os que facturem um valor mais alto pagam 600 euros. Sócios individuais têm uma quota de 60 euros e associações e outras entidades de 250 euros.
GC: Os concursos de empreendedorismo e os programas televisivos como Shark Tank ajudam as pessoas a perceber que uma ideia pode ser transformada num negócio?
AMP: Os concursos têm essa particularidade de pôr a pessoa a pensar que pode realmente concretizar aquela ideia. Mas hoje em dia também se exagera com a questão do empreendedor e a empresa não funciona só com empreendedores – tem de haver um equilíbrio de uma equipa que se complementa nos pontos fortes e fracos de uns e de outros.
Em relação à televisão, ajuda mas tem algumas falhas. O critério televisivo por vezes sobrepõe-se à qualidade de alguns projectos. Sabemos que são muito criteriosos na selecção, por isso não percebo como alguns chegam à emissão a não ser pelo interesse para as audiências.
GC: Está identificado o tipo de negócio que está mais saturado na região e também o que faz falta?
AMP: O que faz falta é relativo. Tem que haver mercado mas muitas vezes a necessidade cria-se. O exemplo está muito na economia virtual. Depois o factor humano também é muito importante. Por exemplo, incubámos uma empresa de informática quando estas estavam na moda e teve sucesso. Os negócios que resistem são os que têm pessoas que fazem a diferença. A persistência é fundamental. Não se pode desistir à primeira contrariedade. Na restauração também há projectos novos a resultar, apesar do mercado já ter muita concorrência.
GC: O Dia do Conhecimento na ESAD é uma forma de mostrar às empresas que podem aproveitar os alunos que ali se formam?
AMP: Claro que sim. Uma coisa fundamental é o design industrial e quanto mais indústria houver, mais necessidade há pelos alunos que a escola forma. Por outro lado, 90% dos cursos da ESAD não são direccionados à indústria, têm a ver com as artes, a escultura. Tirando o Design Industrial e os antigos cursos de especialização tecnológica, não têm impacto para as empresas. Vai ser muito pertinente porque nós próprios não temos conhecimento dos ateliers que a ESAD tem, como serigrafia, oficinas. A escola tem muito equipamento que pode ficar à disposição das empresas para estas fazerem trabalhos.
GC: E os mercados académico e de formação da região cobrem as necessidades que as empresas de cá têm?
AMP: Tentam. Por exemplo, quando achámos que o termalismo ia arrancar lançaram-se cursos de termalismo. É uma prova que a preocupação existe. Temos uma oferta nas escolas e cursos profissionais com quem trabalhamos para colocar os alunos em estágios e a esse nível existem soluções. Para o desenvolvimento da região seria bastante importante, a nível de ensino superior, uma aposta na informática, que é preciso para o Parque Tecnológico de Óbidos em que há muitas empresas dessa área que precisariam.
GC: O envolvimento das mulheres no mundo empresarial está bem enraizado, ou há ainda um caminho a percorrer nesta vertente?
AMP: Não está, há muito ainda por fazer, mas também depende um pouco das próprias mulheres. A quantidade de mulheres que saem das universidades não tem nada a ver com as que chegam aos cargos de decisão. Já nem falo em alguma actividade económica em que ainda se paga diferente a homens e mulheres por trabalho igual, o que é jurássico. Há um termo para isso – o “tecto de vidro”, é difícil às mulheres passar para o nível das administrações. É científico que o cérebro da mulher tem capacidade para abranger mais coisas e dentro daquela variedade de equipas deve haver homens e mulheres.
A estratégia da associação até 2020
Analisar e avaliar o contexto da associação e da região e boas práticas internacionais, identificar e concretizar oportunidades de financiamento comunitário, definir linhas de orientação estratégica para o horizonte 2020, da carteira de projectos estruturantes para a materialização da estratégia e do sistema de monitorização de cumprimento da mesma, são os objectivos específicos apresentados na estratégia e plano de acção da AIRO para o actual quadro comunitário (2020) na sede da OesteCIM.
Estas informações foram reveladas na apresentação do plano, na OesteCIM. Augusto Medina, da Sociedade Portuguesa de Inovação, que desenvolveu o documento, realçou que “a AIRO tem vontade de se posicionar de forma mais forte”.
Do plano percebe-se que a AIRO pretende atrair investimento e talento de forma a transferir conhecimento e qualificação para as empresas, para que possam surgir novos negócios e para que as empresas possam criar valor acrescentado e internacionalizar-se.
Nesse sentido foram traçadas quatro linhas de orientação estratégica: facilitar o acolhimento e tomada de decisão por parte dos empresários; promover a valorização e a inovação das actividades económicas nas principais áreas de especialização do Oeste; abrir novas áreas de aposta e especialização regional que contribuam para a diversificação da actividade económica; e melhorar a sustentabilidade das actividades económicas que se traduzam igualmente em oportunidades de negócio verde.
Para concretizar estas linhas estão previstas 13 acções prioritárias. Criar um observatório do comércio, indústria e turismo da região Oeste (ObserveWest), um Centro Criativo do Oeste e um centro de experimentação de novos negócios (Oeste Experimenta) são alguns dos projectos. Mas sensibilizar e explorar para oportunidades para a economia circular (Circular West), apoiar a internacionalização (Best of West), promover a colaboração entre universidades e centros de investigação com empresas (Brokerage Universidade de Empresas – B2Research) e o espírito empresarial também são prioridades na estratégia da associação, que pretende também atrair e reter talento (In-Oeste), racionalizar os consumos de energia e promover o comércio online (BeOnWeb).
Algumas destas acções já estão a ser desenvolvidas e as outras estão a ser estruturadas.
A AIRO pretende desta forma conectar os diversos actores económicos com vista à promoção do espírito empresarial.
Homenagem a António Guterres
No dia 11 de Novembro realiza-se um jantar tertúlia de comemoração do 35º aniversário da AIRO e de homenagem a António Guterres. “Por um mundo mais feliz” é o mote para a conversa que contará com Rosário Farmhouse (antiga Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural) e Pedro Cordeiro (jornalista de política internacional).
A tertúlia, realiza-se ao jantar, a partir das 20h00, no café-concerto do CCC.
A presidente da AIRO, Ana Maria Pacheco afirma que optar por este formato de tertúlia foi um risco. “Nem endereçámos convites, é importante que as pessoas sintam que é um evento aberto a sócios e não sócios”, refere.
A ideia de homenagear António Guterres surgiu ainda antes da nomeação deste para secretário-geral da ONU, mas a responsável da AIRO diz que mesmo que não tivesse sido o escolhido a homenagem seria feita de qualquer modo.
“Mais não fosse pelos 10 anos de ACNUR já justificava e nossa homenagem, estamos muito contentes por ele ter ganho”, afirmou.
António Guterres não estará presente, mas está garantida a presença da irmã Teresa Guterres. “Vai ser uma homenagem simples e trazer o que se passa no mundo para a nossa festa é uma homenagem também, porque sem actividade económica não há aquele desenvolvimento que faz com que haja menos conflitos”, sustenta.
A participação custa 10 euros para sócios e 15 euros para não sócios. Inscrições através do e-mail: comunicacao@airo.pt ou do tel. 262841505.
Um volume de negócios de 642 milhões de euros
A AIRO tem 250 sócios efectivos, a maioria nas Caldas da Rainha (52%), Alcobaça (13%) e Óbidos (9,5%). Os restantes estão sedeados um pouco por todo o Oeste, mas também em Rio Maior, Leiria e Lisboa.
Em conjunto, os 250 associados representaram em 2015 um volume de negócios de 642 milhões de euros. Estima-se que este ano este valor suba para valores entre os “750 milhões e os mil milhões de euros”, conforme explicou Sérgio Félix, secretário geral da associação.
O sector dos serviços é o mais representado (29%), seguido pelas indústrias transformadoras (17%) e o comércio (16%). Mas relativamente aos que maior volume de negócio representam, esses são as indústrias com empresas exportadoras e o comércio por grosso, num total de 80% dos 642 milhões. Os restantes 20% pertencem a empresas de comércio e serviços.
Os associados da AIRO exportaram no ano passado 513 milhões de euros. Os sectores da indústria alimentar (fruta e conservas), da metalomecânica e cerâmica, são os de maior relevo neste campo.
Não é condição ser uma empresa para ser sócio da instituição. É possível ser associado em nome individual.
Os corpos sociais são voluntários e todos eles são empresários. No seu quadro a AIRO emprega quatro pessoas, e quando necessário recorre à prestação de serviços externos. Além disso, costumam integrar colaboradores no âmbito dos contratos de emprego e inserção (CEI). Por norma estes são depois enquadrados no mercado de trabalho em empresas associadas da AIRO.
A associação tem a sua acção no apoio às empresas, através de vários serviços como consultoria, assessoria jurídica, formação à medida e apoio a candidaturas a fundos comunitários. Também tem um papel na promoção do tecido empresarial da região através da presença em exposições e feiras nacionais e internacionais.
A formação nas empresas é um dos serviços principais. A AIRO está focada nesta altura nos programas de formação-acção, que consistem em acções desenvolvidas no ambiente da própria empresa. “O formador contratado por nós vai às empresas, faz um diagnóstico e conversa com as pessoas”, explica Sérgio Félix. A partir daí estabelece-se um plano para o que a empresa necessita. As formações são feitas ao abrigo dos quadros comunitários. O programa já chega a 70 empresas, ao nível da produção, marketing e gestão.
Outra característica da associação é o apoio à criação e desenvolvimento de novas empresas através do Centro de Incubação. “Fomos a primeira entidade a estimular o empreendedorismo através da incubação, em 2004, em parceria com a Câmara das Caldas”, refere Sérgio Félix.
Como complemento, existem várias parcerias, como são os casos do IEFP e do Parque Tecnológico de Óbidos, com as quais se pretende estabelecer um plano de comunicação que visa perceber se as ideias de negócios têm viabilidade e, se for o caso, desenvolvê-las.
“Várias empresas que incubámos ganharam dimensão, como foi o caso da Makewise, mas outras não resultaram”, acrescenta.
Ainda relacionados com o empreendedorismo, são organizados concursos de ideias de negócios, que tem inscrições abertas até 3 de Fevereiro de 2017 e onde são distribuidos 15.000 euros em prémios. Sérgio Félix destaca que os três primeiros projectos do último concurso foram concretizados em negócios, o que reflecte a importância e o sucesso da iniciativa. Também são organizados concursos de empreendedorismo nas escolas para os alunos de todos os ciclos.
AIRO ajuda a criar cerca de 100 empresas por ano
Isabel Henriques e Sérgio Félix pertencem aos quadros da AIRO e são eles quem entrevistam as pessoas que querem apresentar ideias no âmbito da EPAT.
“Tem-se verificado um gradual sucesso na abertura das empresas, muitas delas são abertas no âmbito da criação do próprio emprego”, explicou Isabel Henriques.
Isto traduz-se na criação de startups (empresas recentemente criadas que buscam a inovação), que podem resultar tanto de casos de desemprego, em que a pessoa não consegue voltar à vida activa, como de alguém que tem uma ideia de negócio e cria uma oportunidade porque quer ser autónomo.
O Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego (PAECPE), promovido pelo IEFP, tinha inicialmente como base as prestações do subsídio de desemprego do empreendedor, mas como a banca abriu também o mercado do crédito, actualmente pode usufruir-se de carência de capital de juros, que é financiado pelo próprio Estado. “O crédito tem vindo a crescer e as empresas têm tirado partido disso”, realçou aquela técnica.
A AIRO tem um protocolo com a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), que prevê que as pessoas que não tenham prestações de desemprego possam também aderir à criação de emprego através de microcrédito.
“Seja com ou sem prestações de desemprego, existem inúmeras empresas a ser criadas com o apoio da AIRO. Penso que possamos estimar em mais de 100 projectos por ano”, salienta. A taxa de sucesso está estimada em 85 a 90%. No primeiro ano há sempre um acompanhamento intensivo porque é o mais difícil.
Estes projectos têm origem não só nas Caldas, mas em vários concelhos da região, porque as câmaras solicitam ajuda mais qualificada, que encontram nesta associação. A AIRO passa mesmo os limites da região no que se refere aos casos provenientes da CASES.
Isabel Henrique diz que o negócio que está na moda são os hostels. “Temos muitos projectos na zona de Baleal, Peniche, Ferrel e Lourinhã”, explica. Além disso, há vários ligados ao comércio, um pouco por todo o Oeste.































