Ana Júlia nasceu às 10h19 do dia de Ano Novo na maternidade do CHO, nas Caldas da Rainha. A primeira filha de um jovem casal brasileiro residente em S. Pedro da Cadeira (Torres Vedras) nasceu com 3,225 gramas, de parto natural.
Durante o ano de 2018 nasceram na maternidade caldense 1242 bebés, mais 46 do que no ano anterior.
“O parto foi tranquilo, abri o ano com chave de ouro”, contou a mãe, Bruna Nascimento, de 18 anos, à Gazeta das Caldas. A jovem estudante, que vive em Portugal há quatro meses, também teceu os mais rasgados elogios ao serviço hospitalar, destacando o atendimento dos médicos e enfermeiros que, “foram todos muito atenciosos connosco”.
O pai de Ana Júlia, um jovem de 21 anos que trabalha num posto de lavagens, assistiu ao parto, cortou o cordão umbilical e “também fez uma “forcinha”, juntamente com os enfermeiros, para agilizar o parto”, contou Bruna Nascimento, acrescentando que este já é um ano especial.
A mãe e bebé foram visitadas na manhã de 2 de Janeiro pelo Conselho de Administração do CHO, que ofereceu um cabaz com roupas para a bebé, e também pelo presidente da Câmara, Tinta Ferreira. “O Conselho de Administração convidou-me a participar na visita e eu fi-lo com todo o gosto”, disse, enaltecendo a iniciativa.
Na opinião do autarca, esta é uma forma de valorizar os nascimentos nesta unidade hospitalar e de dar a conhecer que, apesar das dificuldades físicas, os recursos humanos fazem um excelente trabalho. “As pessoas são muito bem tratadas e gostam de aqui estar”, disse Tinta Ferreira, acrescentando que “as crianças podem nascer com tranquilidade no hospital das Caldas, que tudo corre tudo muito bem”.
Também Tinta Ferreira levou um presente, uma mala de bebé, com tudo o que um recém-nascido necessita.
Para a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, esta visita pretendeu “valorizar esta maternidade, que é uma mais valia para a população”. E convidar o presidente da Câmara é “também uma forma de dar um alento às pessoas que aqui trabalham”, concretizou a responsável, que está empenhada em mostrar que nascer na maternidade das Caldas da Rainha é “seguro e conta com um atendimento de qualidade”.
Mais bebés em 2018 do que no ano anterior
Um dos principais problemas com que se bate este serviço é a falta de profissionais. Essa dificuldade já levou a que a urgência da obstetrícia já tivesse fechado algum tempo em 2017, situação que foi assegurada durante todo o ano passado.
“Isto não significa que a maternidade esteja em vistas de encerrar, mas sim que há períodos mais complexos”, explicou a presidente do Conselho de Administração, Elsa Baião. O objectivo do CHO passa por “reforçar ao máximo estas equipas”, destacou a responsável, reconhecendo que não é fácil, pois são poucos os profissionais a nível nacional.
Jorge Ribeiro, chefe de serviço da Ginecologia e Obstetrícia, explicou que garantir a escala é sempre um “quebra cabeças” e que têm que recorrer a prestadores de serviços. “A minha principal fonte de desgaste de energia é garantir a escala de urgência porque não conseguimos fixar as pessoas”, disse, acrescentando que muitos profissionais só têm para este hospital o tempo que lhes sobra de outros.
O responsável salienta que têm feito tudo para que o serviço não seja interrompido porque “isso cria um sentimento de incerteza na população”, e destaca o esforço pessoal da equipa que ali trabalha.
Em 2017 nasceram nas Caldas 1196 bebés, um número que foi suplantado o ano passado, com o nascimento de 1242 crianças. Entre eles foram vários os filhos de emigrantes, nomeadamente de países de Leste, Venezuela e ex-colónias, informou Jorge Ribeiro.
A administração do CHO pretende melhorar as condições físicas da maternidade, correspondendo a uma das preocupações apontadas pelos profissionais do serviço. “Faltam-nos melhores condições hoteleiras, que existem ao nível de privados e nos hospitais centrais, porque o serviço prestado é muito bom”, destaca Jorge Ribeiro.
O chefe de serviço da Ginecologia e Obstetrícia mostra-se também relativamente optimista em relação ao aumento de nascimentos, com bastantes casais a tentar ter o terceiro filho. “As pessoas estão a cair em si relativamente às condicionantes de uma baixa natalidade e a coisa começa a reverter”, concluiu.
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