
Comerciante, desportista e autarca, Vasco Oliveira faleceu no passado dia 25 de Novembro, com 78 anos. Natural de Silves, veio para as Caldas com apenas 10 anos e seria nesta cidade que completou os estudos e começou a trabalhar como electricista, ao mesmo tempo que singrava no mundo do futebol. A política chega à sua vida em 1985, ano em que concorre pelo PSD à Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo. É eleito e ali permanece durante 28 anos.
No início deste ano, em Janeiro, foi-lhe feita uma homenagem que juntou cerca de 500 pessoas e, na cerimónia solene do 15 de Maio foi-lhe atribuída a medalha de mérito cívico, desportivo e comercial e aplaudido de pé no CCC.
Os amigos e autarcas destacam a sua simpatia, integridade de princípios e o amor pela freguesia.
“O Vasco era um dos nossos melhores”. Palavras do presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, que destacou o seu contributo às causas onde se envolvia, muitas na sua cidade. Considera que o fez de forma muito “assertiva e empenhada”, até porque “era um homem que conseguia mobilizar as pessoas à sua volta e que vai fazer muita falta”.
O autarca destaca a sua participação em muitas das instituições caldenses, bem como a nível nacional, lembrando as suas responsabilidades ao nível da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), bem como a participação na Fundação do Cartão do Idoso e na Federação Portuguesa de Columbofilia. “Foi um homem que tocou muita gente, de todos os pontos do país, pela sua simpatia, seriedade e integridade de princípios”, disse o autarca, acrescentando que lhe deve muito do seu apoio.
Defensor “acérrimo” das freguesias, Vasco Oliveira foi presidente da Junta de Nossa Senhora do Pópulo durante 28 anos. Com ele trabalhou Miguel Braz Gil, do CDS-PP, que guarda saudades desse tempo. A integrar o executivo como secretário, Miguel Braz Gil destaca a empatia que criava com as outras pessoas.
“Também procurava sempre a concordância com todos, mesmo assuntos da sua competência levava à Assembleia de Freguesia para todos darem a opinião”, recorda. Miguel Braz Gil fala ainda da vaidade que Vasco Oliveira tinha em levar todo o executivo aos sítios onde ia e em apresentá-los, assim como o bom ambiente que existia com os funcionários da Junta, que também gostavam muito dele.
“Mantinha, de uma forma calma e disciplinada o funcionamento da Junta”, disse, acrescentando que Vasco Oliveira “tinha amor pela sua freguesia”.
Entre Janeiro de 1998 e Dezembro de 2001, Vasco Oliveira teve que repartir a gestão da Junta com o PS e a CDU, por não ter ganho com maioria absoluta. Mas o que no início lhe terá causado algum transtorno, viria a transformar-se num marco para esta freguesia, que o autarca sempre lembrou como dos seus melhores executivos.
Jorge Sobral (PS) foi um dos elementos que integrou esse executivo tripartido e lembra Vasco Oliveira com saudade. “Trabalhámos muito bem, aliás ele costumava dizer que foi o melhor executivo que teve”, recorda, destacando a relação comum que tinham na defesa dos interesses da população, não levando para ali as questões partidárias. O seu desaparecimento “deixa marcas profundas”, diz Jorge Sobral que o caracterizou como um “Homem com H grande”.
Também se bateu com ele na Assembleia Municipal e diz que apesar das suas divergências, eram “realmente amigos”.
Teresa Caldeira foi a represente da CDU nesta gestão tripartida da Junta de Freguesia. Já conhecia Vasco Oliveira porque já integrara a Assembleia de Freguesia, mas passou a trabalhar mais de perto com ele, uma “pessoa que sabia muito bem o que queria, mas que também estava sempre pronto a aceitar a opinião dos outros”. Referindo-se ao bom ambiente que se criara, Teresa Caldeira lembra os jantares conjuntos que sucediam a todas as reuniões.
Vítor Marques, actual presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório conhece Vasco Oliveira desde pequeno, das lides políticas (o seu pai chegou a ser presidente da Assembleia de Freguesia) e do futebol. “Foi gratificante substituí-lo no cargo de presidente de Junta”, diz, acrescentando que tem testemunhado que desde a ANAFRE aos presidentes de junta e funcionários, todos tinham “um carinho muito especial por ele”.
“Era uma pessoa muito respeitada e querida, com amigos pelos sítios por onde passou”, concluiu.
O presidente do Caldas Sport Clube, Carlos Vasques, conviveu pouco tempo com Vasco Oliveira, mas foi o suficiente para “perceber que foi um grande homem e um grande desportista, que amava muito o Caldas SC”, disse. Considera que ele foi sempre uma pessoa interessada por este clube e uma das suas principais figuras, pois representou-o enquanto jogador e, depois, como presidente.
“Quando nos candidatámos foi a primeira pessoa que pensámos para trabalhar connosco e, apesar de já estar doente nessa altura, foi uma surpresa muito boa para mim a sua disponibilidade”, disse.






























