É no dia 7 de Janeiro que os cristãos ortodoxos celebram o Natal, 13 dias depois dos católicos. No Oeste, cerca de 1300 imigrantes do leste europeu, principalmente ucranianos e russos, juntam-se na consoada à volta de uma mesa composta por 12 pratos onde não é permitida carne.
Gazeta das Caldas bateu à porta do Mini Mix, um mini-mercado aberto há 10 anos nas Caldas com produtos típicos dos países eslavos, para saber quais as comidas tradicionais do Natal ortodoxo. Curiosamente, o prato principal deste dia é um doce.
O Natal ortodoxo celebra-se a 25 de Dezembro, ou seja, a 7 de Janeiro. Ficou confuso? Nós explicamos. A Igreja ortodoxa utiliza o calendário Juliano – também chamado de “calendário antigo” – enquanto a católica se guia pelo calendário Gregoriano. Acontece que os dois calendários têm 13 dias de diferença, daí que o dia 25 de Dezembro do calendário ortodoxo corresponda ao 7 de Janeiro do nosso calendário.
Mas esta não é a única diferença entre as duas Igrejas. No Natal Ortodoxo não existe a tradicional troca de prendas, pois os fiéis não acreditam no Pai Natal. Os únicos que estão autorizados a dar presentes são os avós, e apenas aos seus netos. Há também o costume das crianças saírem à rua no seu dia de Natal e baterem à porta de familiares, amigos e vizinhos para entoarem as “Kolyadas”, alegres cânticos natalícios. Como recompensa recebem doces, frutos secos ou dinheiro.
Outro dos hábitos obrigatórios é a limpeza da casa, que deve estar imaculada para receber a família na noite da consoada. Além disso, preserva-se que a árvore de Natal seja verdadeira em vez de plastificada.
DOZE PRATOS NA VÉSPERA DE NATAL
À mesa deixa-se de fora a carne. Aliás, os mais devotos cumprem uma quaresma de 40 dias até ao Natal, alimentando-se apenas à base de vegetais. Neste período, o peixe é permitido uma vez por semana, assim como no jantar da véspera natalícia. Da ementa fazem parte 12 pratos, numa homenagem aos 12 apóstolos de Jesus.
Olga Sirbu, funcionária do Mini Mix (mini-mercado na rua Vitorino Fróis), é quem nos esclarece quais são as comidas típicas desta quadra. “Comecemos pelo prato principal, o Kutiá, que é um doce feito à base de trigo cozido com sementes de papoila, nozes, passas, mel, açúcar e manteiga”, diz a moldava, que vive há seis anos nas Caldas. Esta sugere também o Vareniki, uma massa – semelhante ao ravioli – que é recheada com batata, cogumelos, couve, cereja, morango ou ameixa. Das prateleiras, Olga Sirbu traz-nos igualmente patês de pimentos, cogumelos, azeitonas e espinafres, assim como purés de abóbora e beringela. Com o dedo aponta-nos os pickles (de pepino, pimento e tomate), assim como uma lata com couve recheada.
Os cogumelos marinados e o peixe fumado e salgado – este último designado Seliodka, comido cru – também são uma tradição. A refeição costuma ser acompanhada dos vinhos típicos dos respectivos países ou de uma bebida não alcoólica – Uzvar – que é uma espécie de compota preparada com frutas e bagas secas, adocicada com mel.
“TAMBÉM JÁ CELEBRAMOS O NATAL DIA 25”
No Oeste, a maioria dos 1200 imigrantes do leste também já celebra o Natal católico, com bacalhau, peru e bolo rei à mesa. Quem o assegura é Maria Starchenko, presidente da Associação de Ucranianos das Caldas, acrescentando que no dia 25 de Dezembro vê o seu Facebook ser invadido de fotografias publicadas por imigrantes com as comemorações do Natal tipicamente à portuguesa.
“É normal que assim seja, pois estamos perfeitamente integrados na comunidade portuguesa. Fomos recebidos por um povo muito simpático e acolhedor”, realça, acrescentando que só nas Caldas residem cerca de 300 ucranianos e que são cada vez mais que fazem a festa… a dobrar.
































É pena é não haver nenhuma noticia sobre as razões misteriosas do porquê é que foi fechada a Ermida do Espírito Santo ,sem justificação alguma . O Templo tinha sido cedido á Igreja Católica Ortodoxa Russa após décadas de completo abandono e desprezo pela comunidade cristã e dos responsáveis autarcas da cidade. A comunidade cristã ortodoxa tratou do espaço com muito respeito ,deixando-o limpo e sem qualquer alteração,com se estivessem nos Templos dos seus países . Sem qualquer justificação ,as pessoas responsáveis,encerraram o Templo e não permitem que os Padres e fiéis da Igreja Ortodoxa , possam retirar ao menos os seus bens que foram colocados dentro da Ermida . Bens que são sagrados , como Ícones religiosos. Actos irresponsáveis e maldosos que demonstram nenhum respeito por uma religião e as suas comunidades . Mas não é de estranhar tais actos numa cidade que só aposta em comércio e formas de enriquecer , o bolso de cada um ,sejam elas as formas que forem.