Alunos dormem uma noite no colégio Rainha D. Leonor em protesto

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Pais, encarregados de educação e professores estiveram em protesto à frente da Assembleia da República

Os alunos do ensino secundário do colégio Rainha D. Leonor terão passado esta noite, de 17 para 18 de Fevereiro, acampados no interior daquele estabelecimento de ensino, como forma de protesto contra os cortes no financiamento das escolas com contrato de associação.
O protesto foi organizado pela associação de estudantes da escola e pretende assinalar o facto de hoje, sexta-feira, ir ser feita a apreciação parlamentar do decreto-lei que regula os apoios do Estado aos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo. O CDS e o PCP já apresentaram projectos de resolução alternativos ao decreto-lei do governo.
A associação de estudantes entendeu por isso ser importante manifestar o apoio dos alunos à escola que frequentam.
“É pedido aos alunos que revelem o quanto não desejam sair do colégio, e, para tal, sugerimos que os alunos se recusem a sair da escola no dia 17 de Fevereiro, quinta-feira, e ali fiquem, dentro dos portões”, explicou o presidente da associação, Diogo Carvalho, numa carta dirigida aos pais e encarregados de educação, onde pede autorização para a participação dos estudantes.
“Os alunos devem vir providos de tendas, agasalhos, comida e bebida para ser possível cumprir esta manifestação”, adianta ainda o dirigente associativo.
A 8 de Fevereiro cerca de 50 pais, encarregados de educação e professores do colégio Rainha D. Leonor também estiveram em frente à Assembleia da República a participar no protesto organizado pelo SOS Educação, no dia em que a ministra da Educação, Isabel Alçada, esteve a ser ouvida na Comissão de Educação.
No dia seguinte, 9 de Fevereiro, o ministério da Educação e a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular (AEEEP) assinaram um acordo no qual se garante a possibilidade dos alunos destas escolas privadas de completarem na mesma escola os ciclos de ensino já iniciados. O que garantirá que, para já, não existirão muitas alterações ao nível das turmas a atribuir.
No entanto, algumas escolas privadas não aceitam que tenha ficado estabelecido neste acordo um financiamento fixo de 80.080 mil euros por ano e por turma.
“O acordo é razoável porque nos permite manter o número de turmas para o próximo ano lectivo, mas em termos de financiamento continuamos com valores inviáveis”, comentou Tânia Galeão, da direcção do colégio Rainha D. Leonor, que defende que se deve fazer uma atribuição financeira diferenciada tendo em conta cada caso.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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1 COMENTÁRIO

  1. “Os valores inviáveis” a que se refere a responsável do colégio devem ter a ver com o lucro que tem de ser encaminhado para a sede do grupo GPS. Como se explica que o valor de 80 000 euros por turma não chegue? Não é suficiente afirmar que o dinheiro não chega, é preciso provar, a todos, por que razões o dinheiro não chega! E onde está a garantia que se manterá o número de turmas para o próximo ano lectivo? No estudo divulgado pelo Ministério da Educação, a proposta é que se reduza o número de turmas no Colégio, mantendo-se as que transitam deste ano mas não autorizando a abertura de muitas mais turmas no 5º, 7º e 10º ano. Basta passar por Santo Onofre e pela Esc. Secundária Bordalo Pinheiro para se perceber que há salas e espaços disponíveis. Além disso, a contratação de professores é feita através de concurso público e não pelo sistema implementado neste tipo de colégios, vulgo “cunha”. Então, querem ser escola pública mas não querem submeter-se a concurso público transparente e justo? Tenham dó! Parem de mentir!