Alunos da Escola Rafael Bordalo Pinheiro manifestam-se contra cortes da educação

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Apesar da chuva, algumas dezenas de alunos permaneceram em protesto durante toda a manhã

Algumas dezenas de alunos que frequentam a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro manifestaram-se durante a manhã de 24 de Outubro contra os cortes na educação e o novo estatuto do aluno.
Os protestos começaram logo de manhã, pouco passava das 8h00, altura em que chegavam os primeiros alunos para as aulas, e prolongaram-se até à hora de almoço. Apesar da chuva que caiu durante a manhã, um grupo de alunos do secundário deslocou-se até à porta da Câmara Municipal, mas não chegou a falar com nenhum responsável autárquico.
Rui Gouveia, aluno do 10º ano do Curso Técnico de Audiovisuais, e um dos dinamizadores do protesto, explicou que os cortes que o governo está a fazer na Educação “complica a vida dos estudantes”. O jovem deu como exemplo o novo estatuto do aluno, “que é uma vergonha”, e o custo dos passes para os estudantes. Rui Gouveia deu mesmo o seu exemplo: das Caldas a A-dos-Francos paga, por mês, mais de 30 euros e porque tem escalão B, senão seria o dobro do valor. “Trata-se de um custo muito elevado e há colegas de outros locais que pagam um valor ainda mais alto”, denunciou o jovem.Rui Gouveia critica a actuação do governo e dos seus representantes que “ainda vão para a televisão dizer coisas vergonhosas, como a de que a educação deles foi cara, e depois cortam na educação dos estudantes de hoje em dia, enquanto deviam de olhar para o futuro de Portugal”.
Os alunos protestaram à frente da entrada principal da escola, mas não impediram a entrada dos colegas. “Só fica quem quer, não obrigamos ninguém a ficar na rua”, garantiu Rui Gouveia, acrescentando que a luta mobilizou essencialmente alunos que frequentam o ensino secundário e que já têm “mais consciência do que se passa ao nível da educação”.
O director da escola, António Veiga, disse à Gazeta das Caldas que as aulas decorreram na normalidade.
No mesmo dia, alunos de vários agrupamentos de escolas do distrito de Lisboa juntaram-se no Largo de Camões e partiram em marcha lenta até à Assembleia da República para reivindicar o direito à educação.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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