O Aljubarrota Medieval atraiu milhares de pessoas à vila durante cinco dias. O evento é um exemplo de como uma vila pequena conseguiu tirar partido daquilo por que é conhecida – a história da famosa batalha – para encontrar uma forma de dinamizar o lugar e a sua economia.

Entre 11 e 15 de Agosto milhares de pessoas marcaram presença no Aljubarrota Medieval, evento que todos os anos faz aquela vila recuar a 1385, ao ano da batalha que permitiu manter a independência portuguesa face a Castela.
Toda a vila é “vestida” a rigor, com bandeiras nas janelas e várias tabernas forradas ou construídas em madeira. É nessas tabernas que se pode provar algumas das iguarias medievais, que passam muito, como é lógico e como o cheiro anuncia, pela comida na brasa, acompanhada com cerveja ou vinho. Não falta, logicamente, muito pão, na terra que ficou conhecida pela Padeira.
A feira tem vindo a crescer de ano para ano, com mais vendedores e estende-se praticamente a toda a largura da localidade. Há artesanato, artigos em pele (como malas, carteiras, sandálias, roupa), brinquedos (elmos, cavalinhos de madeira, piões e espadas), coroas de flores, comida (queijos e enchidos) e outros produtos.
Nalguns pontos da vila há pequenos “altares”, que recriam momentos da batalha – como a padeira a colocar um castelhano no forno – ou lugares – como a capela de D. Sebastião.
Pelas ruas vemos antigas máquinas de tortura, para que as pessoas possam tirar fotografias, e um zona com bois e burros.
Pelo evento encontramos, por exemplo, um homem a pisar vidros e a deitar-se sobre eles, encontramos bandas a tocar e artistas a fazer malabarismo.
A recriação histórica, que teve lugar no domingo à tarde, é sempre um dos pontos altos do evento e nesta edição não foi excepção. O público era tanto, que tal como nos outros anos, muitos não conseguiram apreciar aquele momento.
A recriação tenta ser o mais fiel possível, retratando o que foi a batalha de 1385, que deu início à dinastia de Avis.
MAIS CENAS DE BATALHA
Eduardo Rodrigues vem de Faro todos os anos para participar na recriação histórica e na feira. “Este ano esteve menos público, talvez pelo mau tempo”, disse, acrescentando que “todas as edições a recriação varia um bocado, mas este ano foi diferente, esteve menos gente a participar, mas houve mais cenas de batalha propriamente ditas”.
Este combatente pelas tropas portuguesas, “gostava que as freguesias à volta se unissem e mandassem meia dúzia de elementos para se juntarem à recriação”.
A passear pela feira encontramos a alcobacense Patrícia Rodrigues e Sérgio Machado, com a filha. O casal mora em Leiria, mas todos os anos vêm “ver a animação que têm na rua, ver os produtos nas barraquinhas e provar as iguarias das tasquinhas”.
Patrícia Rodrigues elogiou a feira, que “está semelhante aos anos anteriores, está boa, com um bom ambiente e acho que cfazem um bom trabalho com o espaço que têm”.
Sérgio Machado considera que “está mais gente na feira este ano, mas deveria haver mais actividades para as crianças”, notando que o acampamento medieval estava fechado.































