Algas vermelhas das Berlengas podem ajudar a combater o cancro

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Os investigadores pretendem encontrar um fármaco para a doença | DR

Investigadores identificaram potencial antitumoral em compostos das algas vermelhas recolhidas nas Berlengas

Celso Alves, um dos oito investigadores do Politécnico de Leiria que produziram o estudo “Da origem marinha à terapêutica – o potencial antitumoral da alga vermelha “Sphaerococcus coronopifolius”, recolhida na Reserva Natural das Berlengas, em Peniche, não tem dúvidas. “Este trabalho permitiu pela primeira vez compreender o potencial terapêutico destes compostos no tratamento do cancro, tendo-se identificado sete compostos, incluindo dois compostos novos de origem marinha”, que eram desconhecidos, sustenta. O documento foi publicado em abril na revista científica “Biomedicine & Pharmacotherapy” e recentemente apresentado no Encontro Ciência 2020, em Lisboa.
O estudo “permitiu igualmente caracterizar os mecanismos de ação associados às suas atividades citotóxicas e identificar duas moléculas com capacidade de inibir seletivamente a proliferação celular de esferas tumorais”, acrescentou. O objetivo é prosseguir a pesquisa para encontrar um potencial fármaco.
Os investigadores fizeram um rastreio exaustivo de 27 macroalgas da costa de Peniche e concluíram que esta seria a que tinha maior potencial antitumoral quando testada em linhas celulares humanas derivadas do cancro hepático e cancro colorretal. “Baseado neste trabalho surgiu o projeto Red2Discovery, que permitiu caracterizar pela primeira vez as atividades antitumorais destes compostos de uma forma exaustiva”, frisam.
A primeira fase do trabalho foi concluída e os resultados obtidos “abriram” novas oportunidades de investigação para continuar a avaliar e a compreender o verdadeiro potencial terapêutico destes compostos nesta área”. Mais recentemente, e integrado no projeto POINT4PAC, o potencial inibitório destes compostos foi avaliado na proliferação de esferas tumorais. “Como em qualquer projeto de investigação as expectativas são muitas, mas o caminho inerente ao desenvolvimento de potenciais novos fármacos apresenta grandes desafios”, realçou o investigador.
Os autores do estudo são os investigadores Celso Alves, Joana Silva, Susete Pinteus, Rafaela Freitas, Adriana Duarte, Helena Gaspar, Maria. C. Alpoim, Luis. M. Botana e Rui Pedrosa.

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