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Dois alcoólicos em recuperação deram o seu testemunho sobre a doença que sofrem durante uma sessão dedicada ao alcoolismo que teve lugar a 8 de Abril, no auditório municipal do Cadaval.
O objectivo deste encontro, realizado em parceria com a comunidade Alcoólicos Anónimos (AA), foi a de prestar informação útil e dar a conhecer casos de sucesso na luta contra uma doença sem causa conhecida.
Todos os que participam neste grupo, inclusive os terapeutas, preservam o anonimato. No debate, um enfermeiro que é terapeuta nesta área há 18 anos mas que não foi identificado, salientou a importância das comunidades AA para o tratamento dos alcoólicos, tendo em conta que “as limitações dos profissionais são imensas”.
Segundo o enfermeiro, existem quatro características que definem esta doença: é idiopática (não tem causa conhecida cientificamente), primária (não é provocada por outra doença), progressiva (não se instala no momento, desenvolve-se ao longo do tempo, com mudanças de natureza fisiológica, psicológica e social) e crónica.
Para o especialista “deixar de beber é a condição para mudar, mas não chega porque em abstinência o alcoólico vai sentir muito mais os problemas que criou no decurso da doença”.
Os sentimentos de segurança, confiança e identificação são a base do sucesso dos grupos de autoajuda AA. Os testemunhos ouvidos neste encontro revelaram o quanto profunda pode ser a queda na vida de um alcoólico, mas também deixaram um sinal de esperança a quem quer recuperar o que perdeu devido à bebida.
“Eu achava-me um caso único e, quando ali cheguei, parecia que todos conheciam a história da minha vida e vi pessoas que, aparentemente, já estavam tranquilas”, contou um dos utentes, de 43 anos.
Na região Oeste a comunidade AA tem grupos a funcionar no Cadaval (Salão Paroquial), Caldas da Rainha (Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo) e Olho Marinho (escola 1º Ciclo). Mais informações nos locais referidos ou através do tel. 217162969 e do e-mail ajuda@aaportugal.org.
