Águas do Oeste sem resposta para as fissuras no emissário submarino

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Untitled-1A empresa Águas do Oeste, responsável pela gestão do exutor submarino, ainda não tem explicações para o aparecimento das fissuras naquela infra-estrutura. Os mergulhadores encontraram no local peças de aço, mas podem ter sido ali deixadas aquando da construção.
Na passada quarta-feira a Águas do Oeste deu por concluída uma segunda vaga de reparações do emissário submarino que transporta as águas residuais dos concelhos do Oeste no alto mar a 2,3 quilómetros da costa. Depois de detectada, por um grupo de surfistas, uma primeira ruptura no exutor, prontamente reparada, foram descobertas mais três, que foram também tapadas. Mas a empresa diz que aquele equipamento vai agora ser alvo de uma inspecção para detectar se haverá mais falhas. A Águas do Oeste diz que não sabe ainda as razões para o aparecimento súbito destas fissuras, tendo sido afastada a hipótese de terem sido provocadas por algum arrastão, uma vez que a tubagem se encontra enterrada na areia a alguns metros de profundidade. Aliás, para poder proceder à sua reparação, os mergulhadores tiveram de previamente dragar a zona. A empresa diz que “não era expectável que ocorressem situações de fissuras na tubagem, atendendo à implantação e às condições de funcionamento do emissário”. Os técnicos que trabalharam no local aplicaram abraçadeiras em aço inox para reparar a tubagem que se encontrava danificada. Durante os trabalhos, os mergulhadores descobriram, enterradas na areia, algumas peças de aço que se procura agora descobrir se estão relacionadas com as fissuras. A Águas do Oeste diz que se trata de “elementos metálicos (placas e cabos de aço), cuja origem está neste momento em análise”, mas que podem ter ali sido deixadas aquando da construção daquele equipamento. O emissário submarino da Foz do Arelho custou 4,3 milhões de euros e foi construído em 2000 e 2001 pela então Associação de Municípios do Oeste, tendo a sua gestão passado para a Águas do Oeste em 2005. Desde então só foram realizadas duas inspecções ao emissário: uma logo em 2005 e outra em 2009. No entanto, essas operações de vigilância só incidiram nas partes visíveis do exutor, tendo em conta que uma grande parte se encontra debaixo da areia. Apesar das rupturas, e de acordo com o secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, as análises efectuadas à água do mar na Foz do Arelho deram sempre bons resultados, não tendo havido nunca contaminação.
Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt

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