Aguarelistas de vários países retrataram as Caldas

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FotoTodosRuaMontrasOito aguarelistas, oriundos de Portugal, Espanha, França e Marrocos, estiveram nas Caldas, entre os dias 2 e 12 de Agosto, para pintar a cidade em residência artística. O parque D. Carlos I, as ruas da cidade, a Lagoa de Óbidos, Foz do Arelho e Salir do Porto, foram os locais que obtiveram mais atenções por parte destes artistas, que os puseram no papel.
Uma aguarela de dois metros por 70 centímetros feita em simultâneo por 16 mãos (dos oito participantes), em pouco mais de uma hora, mostra uma vista do Parque D. Carlos I. Este trabalho conjunto foi feito pela primeira vez este ano e, “como improvisação, acho que resultou muito bem”, disse o organizador ao encontro, António Bártolo à Gazeta das Caldas no penúltimo dia do encontro.
O parque foi, de resto, o local preferido pelos aguarelistas desta edição para executar os seus trabalhos. António Bártolo revela que os participantes ficaram “encantados” com o jardim que, nesta altura de férias, tem estado muito animado, podendo tirar também partido dessa agitação. Os artistas estiveram também a pintar no centro da cidade, na Lagoa de Óbidos, Foz do Arelho e, pela primeira vez, em Salir do Porto.
Como o encontro decorre em pouco mais de uma semana, não há tempo para ir a muitos locais, tal como gostariam. “A cidade, como é um espaço grande, vai absorvendo muito do trabalho e também temos interesse em que os caldenses nos vejam a trabalhar ao vivo”, afirmou António Bártolo, destacando que este ano fizeram mais actividades de rua.
Na verdade, todos os dias da semana passada foram feitas demonstrações, de manhã e à tarde, no Parque e na Rua das Montras. E o artista marroquino Mustapha Ben Lahmar, deu um workshop que decorreu no CCC e no parque.
Todos os artistas presentes foram estreantes no evento. “Tentamos não repetir a experiência a cada encontro”, disse o responsável, acrescentando que quantos mais pintores vierem às Caldas melhor, pois aumenta a diversidade das obras. Por outro lado, também a cidade é mais retratada e viajará, com os seus autores, por todo o mundo.

UM EVENTO BIENAL

A pintora Bénédicte Stef-Frisbey, oriunda de Arvert, França, conheceu agora as Caldas e considera que a cidade tem muitos motivos de interesse. A artista tem aproveitado para passear todos os dias pelas suas ruas e descobrir “coisas novas”, nomeadamente em termos de arquitectura. Grande parte do seu tempo tem sido passado no Parque D. Carlos I, a pintar, mas também já retratou o mercado do peixe.
Na passada segunda-feira de manhã estava no estúdio do CCC a desenhar um retrato, que depois pretendia terminar no Parque aproveitando a luminosidade e a paisagem daquele espaço. “Gosto muito de fazer retratos e também alguns trabalhos abstractos”, disse à Gazeta das Caldas.
Também o espanhol Luís Labrador, de Segóvia, destaca a beleza do parque, por causa do arvoredo, assim como a proximidade da cidade ao mar. O artista diz mesmo ter “pouca experiência” em pintar o mar pois vive numa zona do interior.
Durante este período de residência artística, os oito aguarelistas produzem mais de uma centena de trabalhos, que são expostos no foyer do CCC. As obras podem ser adquiridas, variando o seu valor entre os 150 e os 600 euros.
Para além da obra feita em conjunto, o CCC ficará também com duas obras de cada autor para seu espólio. Até ao final do mês ficarão expostos no café concerto dois trabalhos de cada artista.
Os encontros de aguarelistas, que ocorrem de dois em dois anos, são organizados por António Bártolo em conjunto com o CCC, que fornece a residência artística aos convidados estrangeiros.
António Bártolo é de Santa Cruz (Torres Vedras) e organizava um evento deste género naquela localidade, mas, a convite de Carlos Mota, passou a organizá-lo também nas Caldas da Rainha.
Natural de Angola, António Bártolo reside há vários anos em Santa Cruz (Torres Vedras) e organiza um evento deste género naquela localidade. A convite de Carlos Mota, passou a organizá-lo também nas Caldas da Rainha.
O encontro de aguarelistas de Santa Cruz já vai na sétima edição e este ano contou com a presença de 11 artistas, oriundos de Portugal, Espanha, França, Bélgica, Turquia, Moldávia e Macedónia, que de 19 e 30 de Julho pintaram aquela estância balnear. Este intercâmbio procura fomentar a produção da aguarela enquanto técnica de expressão artística.

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Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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