Autor local escreve um livro para “agitar consciências” e “mudar mentalidades”

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Notícias das Caldas
D.R.

Fernando da Silva Sousa, de 71 anos e residente na Praia d’el Rey (Óbidos), lançou recentemente a obra “Mudar de Vida Pelo nosso Futuro”, que pretende ser um ponto de partida na busca de soluções para um mundo melhor, a partir da mudança de mentalidades.
O autor, com base na sua experiência profissional da auditoria internacional, fala de uma nova governação e de bem-estar dos cidadãos, partindo do exemplo concreto que foi o colapso da Firestone, em Alcochete, instalada no terreno que veio a albergar o outlet Freeport.

No livro “Mudar de Vida Pelo nosso Futuro”, Fernando da Silva Sousa leva os leitores a “viajar pela nossa história recente, cheia de infelizes relatos de compadrios, escolhas motivadas por tudo menos pela procura da eficiência, e até de fraudes”, sintetiza Paulo Morais no prefácio.
Escrita como se de um relatório se tratasse, ou não tivesse sido o autor auditor durante grande parte da sua vida profissional, a obra possui uma primeira parte de contextualização e depois apresenta o caso da Firestone Portuguesa, alguns desafios e cenários para o futuro. A fábrica da conhecida marca de pneus foi criada no início da década de 60 em Alcochete num local onde o terreno era barato, havia incentivos governamentais destinados ao desenvolvimento da zona e a mão de obra não qualificada era abundante. “Como era hábito e ainda acontece muito, o recrutamento fez-se muito na base em critérios de compadrio, da proximidade da residência do candidato, do seu baixo custo e da pujança da juventude”, especifica o autor. Fernando da Silva Sousa fala ainda da mudança de controlo da empresa, do seu investimento na modernização do parque industrial e formação do pessoal, que não teve igual crescimento ao nível da produtividade, “situando-se a níveis muitíssimos mais baixos do que a das congéneres do grupo”.


Os três anos que medeiam entre o auge da prosperidade e o colapso são dissecados pelo autor na sua obra, na qual diz que para sair da crise generalizada em que o país se encontra terá de haver uma “mudança de mentalidades”. O segundo passo será a tomada de consciência do espaço e condições em que vivemos e haver equidade.
“O mundo tem o suficiente para que toda a gente se possa alimentar e viver com o mínimo de dignidade e escolaridade”, disse o autor à Gazeta das Caldas, destacando que as pessoas têm que partilhar mais e consciencializar-se de que, algumas, vivem acima das suas possibilidades.
“Nós não devemos perseguir os ricos por serem ricos, mas aqueles que gastam mal o dinheiro”, defende, criticando a aplicação de impostos muito elevados a essas pessoas, levando-as a deixar o país. No campo dos impostos, Fernando da Silva Sousa propõe que, por exemplo, no caso do tabaco, este deva aumentar e reverter na totalidade para o Instituto Português de Oncologia (IPO).
“O que temos não é um estado social, mas um estado abandalhado”, considera.

Ciclo bom para Portugal virá a seguir

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Na obra são traçados dois cenários futuros: um pessimista, de isolamento do país, e um outro, de abertura, que é o defendido pelo autor, que considera fundamental corrigir o desnível que existe entre os povos. Compara o mundo a um sistema de vasos comunicantes, com os ricos por um lado (representam o tanque cheio de água) e os pobres do outro (o tanque ao lado com pouca água), que, se forem ligados por um tubo, ficam nivelados automaticamente. “É esse tubo que temos que ligar entre os países ricos e pobres”, sustenta.
O autor quer que o seu livro seja um contributo para o debate em torno destas questões e que possam surgir outras soluções, até melhores do que as que defende. Optimista por natureza, acredita nos ciclos e considera que em Portugal está a atravessar-se um ciclo mau, que será seguido por um outro, bom.
“Acredito piamente que Portugal vai voltar a atingir o seu esplendor, pois temos um povo que tem qualidade para isso”, realça.
Fernando da Silva Sousa nasceu em Moçambique, de onde saiu para Portugal com 28 anos. Na altura veio visitar família que tinha nas Caldas da Rainha e gostou particularmente da região. A actividade profissional obrigou-o a fixar-se na capital, mas depois veio a passar algumas temporadas nas Caldas pois era o auditor responsável pela auditoria da Matel, na altura em que esta fabricava cassetes. Quando se reformou decidiu ir morar na praia d’el Rey, onde permanece e frequenta com bastante assiduidade as Caldas da Rainha, onde pretende vir a apresentar a sua obra.
O livro custa 14,80 euros, mas Fernando da Silva Sousa possui um acordo com a sua editora (Rui Costa Pinto Edições) em que todos os docentes e estudantes que queiram comprar a edição electrónica (ebook) têm 50% de desconto.

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