Academia de Design abre portas da Molde aos autores

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A fábrica Molde, a celebrar 33 anos, possui uma nova área destinada a receber autores e designers interessados em desenvolver novos projetos cerâmicos

A Molde, situada na Zona Industrial das Caldas da Rainha, abriu recentemente uma Academia de Design. Neste espaço, a unidade industrial pretende receber designers e autores que queiram desenvolver projetos específicos em cerâmica.
“Recebemos trabalhadores internos, com formação em design e autores externos”, explicam Luís Ribeiro e Ana Maria Pacheco, administradores daquela empresa, acrescentando que a Academia vai funcionar em horário pós-laboral. Se for necessário, em fases posteriores, poderá ter algumas fases que se vão desenvolver no horário do funcionamento da produção.

Os sócios Luís Ribeiro e Ana Maria Pacheco recordam que a unidade celebra 33 anos

“Podemos receber recém-licenciados, que assim terão a oportunidade de conhecer o trabalho que é necessário desenvolver para criar a peça que desenharam, desde a modelação até à cozedura final”, notam os responsáveis.
A Academia abre portas, também, a artistas plásticos “com maior ou menor experiência e que estejam interessados em experimentar o trabalho em cerâmica”, disse Luís Ribeiro, frisando que já duas designers formadas na ESAD desenvolveram ideias naquele espaço.
Os responsáveis deram, ainda, a conhecer que se, entre as propostas dos autores, surgir uma peça que possa passar à produção e trazer uma mais-valia à marca, a empresa investirá “no desenvolvimento do molde e na criação da peça”. Os administradores garantem, assim, que serão pagos os royalties aos autores, no caso de as peças entrarem em produção.

Se as peças desenvolvidas na Academia forem para produção, a fábrica paga royalties aos criativos

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Raquel Crespo é a coordenadora da Academia de Design. A designer, de 28 anos, é natural de Nisa, concluiu Design de Interiores na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco e, agora, está a tirar mestrado em Design de Produto na ESAD.
É ela que acompanha o desenvolvimento dos projetos dos novos autores, além de já ter feito várias intervenções. A primeira, de exterior, pode ser apreciada na fachada da fábrica.
A criativa partiu do logotipo da Molde para realizar uma intervenção azulejar na fachada exterior do edifício e que é uma zona de bancos onde os funcionários descansam após as pausas e refeições.
Além de azulejos estão, igualmente, presentes peças de cerâmica numa intervenção, feita em 2020, onde as pessoas podem descansar e conversar, frente a frente.
São também de sua autoria revestimentos azulejares especiais que estão presentes na nova Academia. “Estes são os primeiros azulejos de revestimento que fiz e ainda estão em fase de estudo”, disse a autora que fez as maquetas em papel e só depois passou para os desenhos técnicos.
Além dos seus trabalhos, a designer acompanhou as propostas de Francisco Correia, autor formado na ESAD e que é também funcionário da Molde. A autora considera que esta nova área da empresa “é uma ótima oportunidade para recém-licenciados, designers e artistas que queiram ter uma experiência ligada à indústria, algo que não lhes proporcionado nas escolas”, rematou.
Aposta em marca própria. A Molde, empresa que este ano se encontra a assinalar o seu 33º aniversário continua a apostar na internacionalização da marca caldense. A unidade mantém clientes de private label, no entanto, aposta na diferenciação e já tem algumas coleções em nome próprio, algumas desenvolvidas por designers de renome, como Filipe Alarcão, que já tinha estado ligado a esta empresa e que agora regressou para novos projetos.
“A Molde, no seu perfil de produto prefere peças de vida longa e não produtos de interesse sazonal”, salienta Ana Maria Pacheco, recordando que a empresa está a marcar presença nas feiras internacionais europeias e que estas continuam a ser “um ponto de encontro importante para estabelecer contactos e novos negócios”.
Outra das áreas desta empresa – a Azulejo XXI – continua a trabalhar para grandes projetos de revestimento azulejar, para a região e país, tendo uma das últimas intervenções sido feita numa igreja em Cascais. A empresa tem clientes como as autarquias, empresas e ainda desenvolve trabalhos específicos com autores.
A empresa Molde tem cerca de 120 trabalhadores e uma faturação de três milhões de euros prevista para 2021. No primeiro semestre já atingiu metade daquele valor. n

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