Há 120 réplicas de dinossauros à escala real que estão espalhadas num pinhal perto da Lourinhã, a meia hora das Caldas (30 quilómetros). Estes integram o Dino Parque, o parque dos dinossauros da Lourinhã que abre as portas hoje, 9 de Fevereiro, num investimento de 3,5 milhões de euros que Gazeta das Caldas foi espreitar e adianta o que pode ser encontrado nesta nova atracção turística da região.

O Dino Parque – Parque dos Dinossauros da Lourinhã abre hoje as suas portas. Os visitantes podem apreciar 120 réplicas de dinossauros à escala real que estão espalhados em quatro circuitos por um pinhal de 10 hectares.
Mal começamos a descer a estrada, logo à entrada da Abelheira (Lourinhã), para o lado oposto ao mar, vemos que o Dino Parque está quase preparado para receber os visitantes.
Durante esta semana ultimaram-se pormenores. Entre outras coisas, na terça-feira, ainda se colavam papéis de parede, recheava-se o bar e colocavam-se placas explicativas.
A entrada faz-se pelo edifício central, o motor económico do parque. A porta fica bem por baixo de um Diploducus que está em cima da fachada. Lá dentro, além da bilheteira, há uma loja onde se vendem produtos do parque, bar e restaurante.
Mas é também neste edifício que se encontra o espaço museológico do parque, onde estão expostos os mais importantes achados da região, como ossos, pegadas e ninhos.
A exposição está concebida por cenários, ou seja, tentam-se recriar ambientes através de pinturas. Depois há informação complementar em placas explicativas.
Virado para a exposição está o laboratório de paleontologia, que funciona de forma permanente e que tem umas grandes vidraças, que permitem aos visitantes ver o paleontólogo a trabalhar. Esta zona irá alimentar a própria mostra, uma vez que os fósseis passarão sempre primeiro por aqui, onde são preparados para expôr.


A EVOLUÇÃO DO MUNDO

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Mal saímos deste edifício em direcção ao exterior, encontramos vários dinossauros perto de uma fonte e um pequeno lago. Passamos por alguns painéis com explicações sobre os circuitos e entramos nos portões ao estilo do Jurassic Park.
Os quatro circuitos saem de um ponto comum e estão organizados por eras: Paleozoico, Triásico, Jurássico e Cretácico. O início de cada percurso é assinalado por um grande monólito onde se dá a conhecer as datas em que este ocorreu.
No primeiro circuito aborda-se como era a Terra antes dos dinossauros e explica-se como apareceram os animais com quatro membros. No segundo trata-se o período em que apareceram os primeiros dinossauros.
No circuito do Jurássico há 18 dinossauros, entre os quais cinco que só existiram (que se saiba) na Lourinhã, como o Superssaurus e o Torvossaurus.
No total são três quilómetros de percursos por dentro do pinhal, naquele que é o maior museu ao ar livre em Portugal. O último percurso trata o Cretácico, período em que os dinossauros foram extintos.
Cada animal tem uma placa explicativa onde se pode ficar a saber a que período pertence, o comprimento, o peso e uma breve descrição. As placas estão em quatro línguas: português, inglês, francês e espanhol.

DINOSSAUROS NA ÁGUA, A VOAR E A CAÇAR

Há dinossauros em lagos, alguns pendurados em árvores e outros em diferentes posições. Uns a caçar, outros a comer folhas das árvores. O realismo é grande. Os olhos dos bichos impressionam especialmente.

Pelo caminho encontramos um Lourinhasaurus, o maior dinossauro do parque, com 23 metros. Pesa cinco toneladas e a montagem das nove partes que o constituem foi uma aventura porque era preciso encaixá-las com grande precisão, mas manobrando uma grua.
Também lá está, por exemplo, o símbolo da vila, que valeu o epíteto de capital dos dinossauros (Lourinhanosaurus) e o responsável pela ligação entre Lourinhã e Munchenhagen (Alemanha), onde se localiza o parque irmão (mais velho) deste.
É que o Dino Parque foi desenvolvido pela Parque dos Dinossauros da Lourinhã S. A., uma sociedade por quotas detida maioritariamente por investidores alemães do grupo Dinosaurier-Park de Munchenhagen, que detêm este know-how por terem criado já oito parques deste tipo.
O parque representa um investimento de 3,5 milhões de euros, dos quais 2,1 milhões são fundos comunitários e a sua abertura permitiu criar perto de 30 postos de trabalho.
A Lourinhã tem alguns atractivos: a começar pelos achados, passando pelo facto de ser a capital dos dinossauros (e de este ser o símbolo da terra) e terminando no clima, que permite que o parque funcione o ano todo (ao contrário do que acontece na Alemanha).
As negociações para criar o Dino Parque começaram em 2012 e previam um projecto maior, com mais figuras de dinossauros e um investimento superior. Os avanços e recuos levaram muita gente a colocar em causa a realização do parque, que agora abre portas.
O espaço, que anteriormente foi uma lixeira municipal, é hoje um parque temático bastante orgânico, com vedações feitas em madeira que não chocam com a Natureza. Durante as obras muitos foram os curiosos a querer ver e a tirar fotografias junto à fachada.

ACTIVIDADES PARA OS MAIS NOVOS

No fim dos circuitos, onde existem zonas para piqueniques e parques infantis (como uma caixa de areia de 20 metros onde está enterrado um esqueleto de dinossauro), encontramos um pavilhão de actividades. Ali é possível recuperar e pesquisar fósseis, descobrir o laboratório de preparação paleontológica, fazer caças ao tesouro, modelagem de dinossauros, escavações, pinturas e abrir pedras de Geodes para apreciar os cristais.
Há visitas livres e guiadas, sendo necessárias cerca de três horas para ver tudo. Os bilhetes custam 12,50 euros para adultos e 9,50 euros para crianças, que só pagam a partir dos quatro anos. Grupos superiores a 20 pessoas têm desconto de um euro por pessoa.
O Dino Parque tem 250 lugares de estacionamento e está preparado em termos de acessibilidade. No parque não há wi-fi porque procura-se estimular o convívio num espaço propício para um dia em família. É possível levar o cão, desde que com trela. Fumar é, por motivos óbvios, proibido.

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