As recentes novidades relativas ao futuro do Hospital Termal levaram a que fosse lançada no Facebook uma iniciativa que pretende realizar um “abraço ao hospital” no próximo sábado, 26 de Abril.
O evento chama-se “Quero abraçar o Hospital Termal” e está marcado para as 15h00. Foi lançado por João Dias, um caldense de 28 anos que explicou à Gazeta das Caldas que a sua motivação é, acima de tudo, a defesa da identidade da cidade.
“Vivemos tempos conturbados e pouco claros em relação ao Hospital Termal. Parece cada vez mais desprezado e posto de parte”, afirmou. Por isso entende que “estava na hora de reavivar memórias e lutar pelo legado que nos foi deixado tão nobremente pela Rainha D. Leonor”.
A forma de manifestação foi escolhida porque “um abraço demonstra afecto, carinho, preocupação e instinto de protecção”.
João Dias lançou o desafio através das redes sociais, em grupos do facebook ligados às Caldas da Rainha e ao Hospital Termal e depressa começou a contar com o apoio de outros interessados que também divulgaram a iniciativa.
No entanto faz questão de referir que a organização é apartidária, porque entende que “algumas vezes as pessoas não participem por determinado evento estar conotado com o partido A ou B”.
Na sua opinião, os caldenses estão conscientes do que se passa com Termal, mas faltava “um ‘clic’” para saberem que não estão sozinhos e lutar pelo que sempre lhes pertenceu por direito. “Penso também que o facto de ser um evento totalmente apartidário consiga atrair mais pessoas”, disse, apesar de estar consciente de que o facto de a iniciativa ter sido divulgada apenas com uma semana de antecedência poder fazer com que a adesão não seja tão grande.
Na última manifestação em defesa do Hospital Termal – uma marcha que terminou com a largada de balões negros e que foi organizada pela Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” – foi a 15 de Maio de 2013 e contou com a participação de cerca de 300 pessoas.
Agora, “o principal objectivo é despertar consciências de que esta tem de ser uma tarefa de todos e para todos. Mostrar que a população está viva, ao contrário do Hospital Termal, e que quer ressuscitá-lo em todo o seu esplendor”, salientou.
“O Hospital Termal remete-nos para tempos áureos da cidade. Um Hospital Termal em pleno seria também uma excelente alavanca para o comércio e a economia da cidade”, referiu ainda ao nosso jornal.
O organizador espera que este abraço seja o primeiro de muitos eventos em torno desta temática e que “possa mudar as mentalidades, nem que seja grão a grão, do poder local e do poder nacional”.
Questionado sobre a sua opinião relativamente ao futuro do termalismo nas Caldas, explicou que defende um Hospital Termal pertencente ao Serviço Nacional de Saúde, “mas alicerçado na cidade e pela cidade”. João Dias é da opinião que quem o tem gerido até aqui não tem tido noção da sua importância. “Aceito que existam serviços médicos privados, mas a esses nem todos podem chegar e como tal é essencial a manutenção de um Hospital Termal no SNS”, disse.
Também não põe de parte a possibilidade da autarquia local ter um papel activo na manutenção e gestão do hospital “mas nunca fora do SNS”.
Enquanto cidadão, entende que este processo tem sido tratado de forma bastante opaca. “Não percebo se não têm existido novidades, ou se apenas está tudo a ser tratado em segredo”, referiu, salientando que “a população caldense merece estar informada devidamente, sendo a principal interessada na sua breve resolução”.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

































