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Grupo de populares entrou com ação popular para travar “chacina”
Um grupo de 30 cidadãos uniu esforços para travar o abate de mais de 190 árvores no troço da EN114 que liga Rio Maior e Caldas da Rainha, que vem na sequência da ação de limpeza que a Infraestruturas de Portugal (IP) já realizou, na mesma via, entre Santarém e Rio Maior.
Segundo o grupo de cidadãos, a primeira fase da intervenção da IP já levou ao abate de mais de 400 árvores. Agora, num troço de 2 quilómetros no sentido Rio Maior-Caldas da Rainha estão marcadas mais de 190 árvores. “A maioria são carvalhos-cerquinhos e sobreiros, alguns de grande porte, formando um túnel arbóreo com elevado valor ecológico e paisagístico”, refere o grupo.
Para travar o que apelidam de “chacina” arbórea, foi apresentada uma ação popular no Ministério Público de Rio Maior, cuja primeira audição está agendada para esta sexta-feira, 10 de novembro. Além desta ação, o grupo solicitou a intervenção do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e das câmaras municipais das Caldas da Rainha, Rio Maior e Santarém, e apresentou protestos junto das direções regionais de Santarém e de Leiria da IP, bem como da estrutura nacional.
“Temos realizado avaliações das árvores e feito vigilância ativa para impedir o abate das árvores”, acrescenta o grupo de cidadãos, que acredita, tendo por base o relatório e contas do primeiro semestre da IP, que “a medida não tem a ver com segurança, mas com a realização de proveitos económicos”.
A IP argumenta que o abate de árvores visa a melhoria da circulação rodoviária e pedonal na EN114 e “foram precedidas do respetivo parecer técnico da especialidade para avaliação das necessidades de intervenção”, refere o grupo numa carta enviada aos presidentes de câmara e ao ICNF. O IP refere que cerca de metade da intervenção é sobre espécies invasoras, que constituem “um grave e crescente problema” pela obstrução de sinalização e de sistemas de drenagem. E diz ainda que aplica medidas compensatórias de plantação de árvores.
Respostas que não satisfazem o grupo de cidadãos. “Apresentam bastantes lacunas nas informações técnicas”, dizem, acrescentando que não há medidas compensatórias para o abate de árvores centenárias. ■
