Bastante antiga, com vestígios que remontam ao Neolítico, perde-se na história a origem de Santa Catarina. Certo é que no reinado de D. Afonso Henriques os Monges de Alcobaça incorporaram aquela região nos seus coutos. O seu primeiro foral foi-lhe concedido em 1333, por Frei João Martins, abade de Alcobaça, até que em inícios do século XVI, D. Manuel I concedeu-lhe a carta de foral, ficando assim terra autónoma, fora da alçada da Real Abadia de S. Bernardo. Passou a poder eleger os seus magistrados e procuradores e é desta altura a “forca” e o “pelourinho” (ainda hoje situado no largo da Igreja) onde eram aplicados os castigos.
Graças à documentação deixada escrita pelo pároco Azevedo Lima, sabe-se que, por volta de 1750, Santa Catarina tinha uma extensão territorial que abrangia o lugar de Nossa Senhora da Anunciação (actual Benedita), o lugar de Nossa Senhora das Mercês (Carvalhal Benfeito) e ainda grande parte dos lugares que hoje pertencem à freguesia de Alvorninha. A reforma administrativa de Passos Manuel, em 1896, despromoveu o concelho de Santa Catarina a freguesia e anexou-a ao concelho de Alcobaça, passando em 1898 a integrar o concelho de Caldas da Rainha. Ou seja, durante mais de 500 anos Santa Catarina foi sede de concelho, entre os séculos XIV e XIX.
Eclesiasticamente, Santa Catarina foi um curato da apresentação dos fregueses, sendo a única vila dos coutos de Alcobaça que não estava subordinada ao mosteiro, explica a nota histórica da junta de freguesia.
Após a implantação da República, em 1910, um “desaguisado” entre uma facção de republicanos (encabeçado por um professor) e outra monárquica (pelo pároco), originou a que a escola de Santa Catarina fosse atacada e, consequentemente, ocupada durante dois dias por uma força militar.
Outro marco importante é, em 1939, o anúncio do concurso para a construção da “lendária” estrada de Santa Catarina, escreve o historiador João Serra no “Terra de Águas”. Ainda de acordo com aquele investigador, esta infraestrutura constou, durante mais de meio século, do rol das reivindicações locais, e da Gazeta das Caldas, até tornar-se uma realidade.
Localizada perto da Serra dos Candeeiros, a freguesia de Santa Catarina (que em 1991 foi novamente elevada a vila) situa-se entre as Caldas da Rainha, Alcobaça e Rio Maior, e possui uma área de 19,2 quilómetros quadrados. Conta com 3029 habitantes distribuídos por 21 lugares. Auto-apelidada de Terra de Cutelarias, Santa Catarina afirma-se, juntamente com a Benedita, como o maior cluster a nível nacional e pretende ser um dos principais a nível mundial. O sector emprega na região mais de um milhar de pessoas de forma directa e contribui também para a economia local com fornecedores como empresas de moldes, embalagens e cortantes.
Descrição da freguesia de Santa Catarina
LUGARES
Peso, Cumeira, Casal do Bicho, Casal do Rio, Casal das Freiras, Abrunheira, Portela, Mata de Porto Mouro, Relvas, Granja Nova, Casal da Cruz, Casal Torcano, Casal das Penas, Casal da Azenha, Casal da Marinha, Casal da Coita, Casal dos Nortes, Vigia, Mouraria, Quinta da Ferraria, Santa Catarina
Pontos de Interesse
Monumentos: Igreja Paroquial, solar setecentista, pelourinho, Castro, capelas, Mata das Mestras
Equipamentos públicos: Piscina, pavilhões gimnodesportivos, extensão de saúde,
Equipamentos de ensino: Escola básica com jardim de infância de Sta Catarina, Escola Básica das Relvas, EBI Santa Catarina
Associações: Associação Recreativa e Cultural Catarinense; Associação Recreativa Cultural da Granja Nova e Casal da Cruz; Associação Cultural Recreativa e Desportiva do Casal das Freiras; Associação Cultural Desportiva e Recreativa Nossa Senhora da Conceição – Casal do Bicho; Associação Recreativa e Desportiva do Casal da Coita; Associação Cultural e Desportiva, O Moinho; Banda Filarmónica Catarinense; Centro Cultural Desportivo Relvense; Centro Recreativo, Cultural e Desportivo de Mata do Porto Mouro; Grupo Desportivo e Cultural do Sporting União Cumeirense; Grupo Desportivo do Peso; O Cruzeiro – Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Azenha e Marinha; Rancho Folclórico Vale Choupinho; Centro Pastoral – Igreja Paroquial de Santa Catarina
DATAS FESTIVAS
Festa em honra de Santa Catarina (25 Novembro), Festa em honra de S. João (Junho)
Festa de Santo Antão, Peso (Janeiro), Festa em honra de N. Sra Purificação (Agosto)
PRINCIPAIS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Cutelaria, marroquinaria, a construção civil, a agricultura, a fruticultura, a agro-pecuária e comércio
Segredos Escondidos
Castro de Santa Catarina
Situado no Cabeço do Castelo, o castro de Santa Catarina é um dos mais antigos vestígios de ocupação humana da região. É uma zona a 230 metros de altitude, ocupada em três diferentes períodos da História: Neolítico, Bronze Final e II Idade do Ferro. Os castros eram estruturas defensivas, construídas em zonas altas, normalmente em forma circular, que rodeavam casas e serviam de abrigo às populações. Com uma ribeira (de Santa Catarina) a passar por baixo do monte, o acesso a água doce e alimento eram facilitados. Por outro lado, o mar há muitos séculos chegava bem mais perto do povoado. Em 2004 e 2005 foi alvo de escavações, mas nunca chegou a ser classificado.




































