O jovem caldense David Leal deu um exemplo de cidadania ao “chegar-se à frente” com um estudo técnico sobre a geo-grafia das freguesias do concelho das Caldas da Rainha, o qual fez chegar à Câmara e a todos os partidos com assento na Assembleia Municipal.
Denominado “Reforma da Administração Local”, o documento, de apenas 16 páginas, apresenta uma solução que passa pela fusão de 12 freguesias do concelho, que passariam a ser seis, de acordo com critérios científicos previamente definidos por este economista que fez a sua licenciatura no ISEG.
Zé Povinho não se pronuncia sobre o conteúdo do estudo, que deve ser aprofundado, debatido e é passível de ser contestado ou defendido. Mas não pode deixar de elogiar este acto de cidadania vindo de um munícipe que, detendo o know how e as ferramentas necessárias, realizou um “Trabalho de Casa” que foi muito útil para o debate sobre a reforma autárquica que em boa hora os movimentos independentes decidiram promover.
Parabéns Dr. David Leal pela sua iniciativa discreta e pelo seu contributo para a discussão de um assunto que deveria interessar a todos.
Zé Povinho ficou muito impressionado com as declarações do Sr. Presidente da República sobre a sua pensão de reforma, que afinal não era uma de 1300 euros, mas sim duas, tendo o próprio esquecido o valor da segunda, que depende do trabalho que realizou como director do Banco de Portugal e que deve ultrapassar os 4000 euros.
O Prof. Cavaco Silva não se tem dado bem quando fala dos seus honorários ou dos rendimentos da família, uma vez que nunca é preciso nem conciso, deixando sempre para o restante povo as maiores dúvidas sobre a justeza das suas declarações.
Mas uma coisa deveria ser imediatamente esclarecida: qual a razão em ter prescindido do seu salário como Presidente da República para optar pelas suas reformas?
Se deixou de receber mais de 6000 euros mensais do mais elevado cargo público, não tinha nenhuma lógica nem seria uma decisão inteligente se as suas pensões apenas chegassem aos 1300 euros. Naturalmente que este valor poderia não chegar para suportar as despesas normais da sua casa particular, dado que as despesas do Palácio de Belém também são assumidas pelo Orçamento Geral do Estado.
Estas afirmações do Sr. Professor Cavaco Silva criaram uma indignação quase nacional, que deu azo a que fossem assumidas posições bastante populistas e críticas dos seus opositores, mas também mereceram reparos envergonhados dos seus indefectíveis, começando pelo primeiro ministro, que não o poupou à crítica que a crise custava a todos incluindo ao Presidente da República.
O povo tem um ditado muito oportuno que lembra que “casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”, mas esperava-se do Presidente da República declarações mais sensatas e oportunas no presente momento, evitando que, pela primeira vez, aquele cargo tenha ouvido públicos apupos daqueles que não conseguem aceitar o mau humor de































