A cultura e as artes sempre fizeram parte do ADN das Caldas da Rainha, mas em tempos de crise é notória a falta de verbas para apoiar os vários projectos que vão aparecendo.
Pedro Bernardo tem o mérito de há vários anos fazer um trabalho de divulgação das artes sem necessitar de pedir qualquer apoio financeiro, congregando à volta do seu projecto um amplo número de artistas.
O Museu Bernardo e a Casa Bernardo são espaços incontornáveis nas Caldas da Rainha, mas que começam a sê-lo também a nível nacional e internacional, com a presença de artistas portugueses e estrangeiros.
Zé Povinho ficou contente por saber que esse trabalho tem vindo a ser reconhecido fora de portas. Prova disso foi o convite feito pelo Centro Cultural de Sines a Pedro Bernardo para expor a colecção do museu no seu espaço de exposições.
Enquanto a Câmara das Caldas gasta milhões em betão e não tem dinheiro para manter abertos os espaços culturais já existentes, Pedro Bernardo, com o seu voluntarismo e entusiasmo, coloca as Caldas da Rainha no mapa cultural.
Zé Povinho não tem tido o hábito, ao longo dos últimos anos, de criticar na semana do Natal personagens locais, nacionais ou estrangeiras.
Contudo, neste ano de 2012 vai abrir uma excepção, que talvez se deva ao facto de os portugueses estarem a viver uma situação difícil decorrente da crise económica que se declarou em Portugal e na maioria dos países mais desenvolvidos, começando pelos EUA e atravessando quase toda a União Europeia.
Contudo, os europeus têm sido surpreendidos nos últimos meses por uma sucessão de atitudes do actual primeiro ministro britânico, sr. Cameron, que depois de se ter retirado dos compromissos europeus na última cimeira em Bruxelas, tomou a iniciativa de criar um “plano de evacuação” dos seus nacionais caso haja um “colapso financeiro” em Portugal, como noutros países europeus, nomeadamente em Espanha.
Segundo a imprensa, esse plano prevê “o envio de aviões, barcos e autocarros”, caso estes países continentais entrem em colapso financeiro, vendo o “fim do euro (a que eles nunca se quiseram associar), como uma “catástrofe que ameaça os britânicos”.
Para as autoridades britânicas, chefiadas pelo sr. Cameron, caso a crise mais grave ocorra, seriam “enviados para a Península Ibérica meios terrestres, marítimos e aéreos para repatriar os cidadãos britânicos, pois com os bancos em colapso ninguém conseguiria ter dinheiro suficiente para prover às despesas
diárias, quanto mais pagar uma viagem de regresso ao Reino Unido.”
Felizmente os britânicos que vivem em Portugal mostram um senso e uma sabedoria bem mais acertada, do que os seus actuais dirigentes pátrios, como David Cameron, respondendo com “a gargalhada e as acusações de sensacionalismo à imprensa britânica”.
Zé Povinho já conhece estas manias dos dirigentes ligados à figura do John Bull, que já no séc. XIX foi caricaturada pelo seu criador, Rafael Bordalo Pinheiro, que continuam a acreditar que o centro do mundo está na sua ilha e que o resto é paisagem.






























