O Eng. Manuel Queiró, ilustre presidente do Conselho de Administração da CP tomou posse há poucos meses, mas já está no caminho das boas decisões no que à linha do Oeste diz respeito.
Invertendo uma política errada que durava há 20 anos, o novel presidente da transportadora pública – que não é um ferroviário nem tinha experiência de gestão em empresas deste sector -, soube fazer o diagnóstico certo e ouvir quem sabia do assunto para imediatamente começar a estruturar uma oferta que faz uma ruptura com o passado e pode voltar a pôr a linha novamente nos carris.
É certo que, sendo um homem de Coimbra e grande dinamizador do Fórum Centro, não lhe terá sido difícil entender que aquela região estava, do ponto de vista ferroviário, desligada do Oeste, pelo que só teria vantagens numa maior aproximação entre ambas.
E também é certo que teve a vida facilitada graças ao estudo – já aqui saudado nesta coluna – do caldense Eng. Nelson Oliveira, que em boa hora a Câmara das Caldas da Rainha lhe encomendou.
Mas seja como for, Zé Povinho quer aqui cumprimentar e saudar o Eng. Manuel Queiró por este início de mandato que parece auspicioso para a linha do Oeste.
Há ainda muito por fazer, nomeadamente ao nível do material circulante, que é velho e desadequado. E também é preciso que os autarcas da região, que estiveram unidos para evitar o fecho da linha, saibam agora honrar os compromissos de que colaborariam com a CP.
Não haverá resultados imediatos e será preciso esperar algum tempo até que os oestinos se reconciliem com a oferta da CP neste corredor ferroviário. Empresa e autarcas terão, por isso, estar preparados para um longo período sem melhorias visíveis na procura.

Provavelmente irão justificar que se trata de uma troca com a manutenção do serviço de Pediatria e Obstetrícia, mas provavelmente outros dirão que a Ortopedia nas Caldas paga pela falta de eficiência em comparação com a do Hospital de Torres Vedras, que é considerada mais favoravelmente.
Penalizados ficam os caldenses que deixam de contar com um serviço que funcionava no sistema público de saúde há várias décadas, passando agora a ter de recorrer ao serviço privado, se quiserem ser intervencionados nas Caldas, ou então em Torres Vedras caso prefiram o público.
No meio da confusão que se passa no presente momento com a prestação de serviços públicos em Portugal, qualquer que seja o sector, parece à primeira vista a Zé Povinho que a assistência hospitalar não foi ainda dramaticamente afectada, como noutras regiões do país, apesar dos caldenses e populações dos concelhos limítrofes não se deverem distrair.
Os próximos tempos ainda obrigarão as populações a lutar pela manutenção de muitos serviços públicos, que se racional e competentemente geridos, impediriam novos cortes. Mas às vezes é dado o flanco e o Estado central, com o argumento económico e financeiro, tudo justifica.
O norte da região Oeste perdeu uma infra-estrutura básica – o serviço de Ortopedia -, mas deve organizar-se para evitar que a seguir venham mais penalizações.

































