A burocracia e a passividade são dos piores defeitos da actividade dos serviços públicos, algumas vezes mesmo sendo este procedimento privilegiado pelo normativo legal.
Muitos funcionários dizem que é preferível estar quieto do que tomar iniciativas porque muitas vezes os resultados, mesmo positivos, se voltam contra os autores.
Na Escola Secundária Bordalo Pinheiro, a nova direcção recentemente eleita, juntamente com os professores e outros funcionários que aderiram à ideia, decidiu e concretizou a limpeza do matagal ali existente, transformando-o naquilo que se pode chamar uma zona verde que estava na égide da competência do Parque Escolar.
Esta instituição do Estado, que teve grande importância na melhoria das escolas, viu-lhes cortadas as verbas e as competências, não tendo dinheiro sequer para mandar fazer aqueles trabalhos.
Contudo, a Escola mostrou como pode resolver um problema de forma autónoma e voluntária, para melhorar a qualidade de vida dos seus utentes, especialmente dos alunos.
Zé Povinho detesta os burocratas que se servem dos meandros da lei para não resolverem problemas banais, mas que podem ter um impacto grande no dia-a-dia das pessoas.
Fez bem a Dra. Maria do Céu Santos, nova directora da Bordalo Pinheiro, e os seus colaboradores, em tomar esta iniciativa. Zé Povinho espera que não fique por aqui na quebra dos hábitos da conhecida D. Inércia, tão comum entre nós.
Zé Povinho não conhece em nenhuma cidade em qualquer parte do mundo que se preze pelo seu património cultural, arquitectural ou paisagístico, a colocação de contentores do lixo no solo nesses pontos que têm um cariz mais nobre
O que tem sido feito nas Caldas da Rainha desde que começou o programa de regeneração urbana, apenas pode demonstrar ignorância dos autores dos projectos e dos seus responsáveis, ou então uma enorme insensibilidade perante questões que hoje marcam a diferença na qualidade e atractividade dos meios urbanos.
Caldas da Rainha não é Veneza nem Paris, mas pode tentar disputar alguma semelhança com cidades da mesma dimensão e importância e que demonstram uma preocupação pela preservação e valorização dos seus percursos e centros históricos.
Em nenhum desses casos – sejam grandes centros urbanos de referência internacional, ou pequenas cidades que gostem de valorizar a sua História – se encontram aqueles recipientes enterrados no chão, que são foco de maus cheiros e infecções, infestação de animais daninhos e de insectos, dado que se torna inviável lavar e desinfectar diariamente aqueles locais.
Zé Povinho não sabe a quem atribuir tão “brilhantes” ideias de colocação dos contentores, que povoam a Praça da Fruta e outros locais anacrónicos como o Largo em frente à mais importante empresa caldense, ou a avenida da Independência Nacional, junto a um parque infantil. Até parece que os contentores de resíduos foram agora arvorados em mobiliário urbano de valorização do centro da cidade.
Por isso, congratula-se pela decisão da Direcção Geral do Património Cultural que mandou suspender a instalação dos contentores em frente aos antigos Paços do Concelho.
É certo que o programa de Regeneração Urbana já vem do tempo do anterior presidente da Câmara, mas há um responsável autárquico que lhe tem dado continuidade e que tem sido o rosto, para o bem e para o mal, das obras em curso. Trata-se do Dr. Hugo Oliveira, que agora terá de justificar estas decisões e escolhas, e assumir os erros que vão obrigar a mais esburacamentos.
Zé Povinho achava melhor que fosse repensado esse género de solução que parece tão pouco adequado a uma cidade que quer voltar a impor-se nacionalmente pelos seus recursos naturais e pelo seu dinamismo económico.






























