A Oeste todos contra extinção do pólo de turismo da região

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Deixará o Oeste de estar na crista da onda? (Foto de arquivo)

O governo anunciou na passada segunda-feira (16 de Janeiro) uma reorganização do sector do turismo, com a criação de cinco novas regiões com base nas NUT II, desaparecendo as entidades regionais e pólos de desenvolvimento turístico, entre eles o do Oeste, criados no governo de José Sócrates.
A secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, anunciou ainda, em conferência de imprensa em Lisboa, que cada uma das cinco novas entidades de turismo (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve) terão mais competências, ao adquirirem as estruturas de oferta e promoção interna e externa, antes distribuídas pelas entidades regionais, pólos de turismo e agencias promocionais.

O presidente do Turismo do Oeste, António Carneiro, afirma que não conhece nenhum projecto de decreto-lei nesse sentido, e que apenas tem conhecimento desta situação pelo que viu escrito nos órgãos de comunicação social. “Foi-nos dito a 4 de Dezembro que tudo seria feito em diálogo com as entidades de turismo”, disse, lamentando que a governante tenha feito saber a sua intenção pela comunicação social.
O responsável pretende convocar na próxima semana os órgãos do Turismo do Oeste para tomarem uma posição sobre a possibilidade de não participarem na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), como forma de protesto sobre esta situação.
Os cerca de 30 empresários que na semana passada se reuniram com o presidente do Turismo do Oeste para tratar da participação naquela feira de turismo, ao saberem da intenção do governo em reestruturar estas entidades emitiram um comunicado onde mostram o seu descontentamento.
Os empresários não entendem que, apenas três anos volvidos sobre uma reorganização, que se justifique uma nova, nem aceitam que um novo figurino passe pela extinção deste órgão regional de turismo. Em comunicado, justificam a sua autonomia com a dinâmica empresarial gerada, a criação de eventos e permanente fixação de novos e estruturantes investimentos nesta região e deixam o seu “incondicional apoio” à manutenção da ERTOeste.
Também a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) já emitiu dois comunicados onde solicita ao Governo uma audiência, com carácter de urgência e antes da tomada de qualquer decisão, onde possam salvaguardar a especificidade reconhecida ao Oeste.
Os autarcas dos 12 municípios integrantes da OesteCIM opõem-se “à perda da identidade que foram criando ao longo de mais duas décadas, diluindo-se, eventualmente, num espaço territorial que não salvaguardará a sua iniciativa empresarial e pública, constituindo tal decisão uma discriminação negativa”.
Também os deputados PSD eleitos pelo círculo de Leiria, Paulo Batista Santos e Maria da Conceição Pereira, defendem o reconhecimento da especificidade da região do Oeste. No passado dia 3 de Janeiro questionaram o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, sobre a anunciada reorganização da orgânica regional do turismo no território nacional continental,  dando nota da importância da actual entidade regional de turismo do Oeste na promoção da região como destino turístico com características ímpares a nível nacional e internacional.
Os deputados social-democratas questionam o Governo sobre as condições da anunciada redefinição das entidades regionais de turismo, e se nesse novo modelo será considerado as especificidades da região turística do Oeste.
Os deputados do PS por Leiria enviaram já uma carta aos seus colegas do PSD para uma reunião urgente onde se disponibilizam a ajudar a fazer tudo o que for necessário para evitar que esta medida se concretize.
Num comunicado enviado pela Federação do PS Leiria, este partido exorta a sociedade civil do distrito, os autarcas e a todos os operadores deste sector para que sensibilizem o governo para o “erro” que estará a cometer com o desmantelamento dos pólos turísticos da região, Oeste e Leiria/Fátima. E apela aos sete deputados da maioria PSD/CDS que apoiam o governo para que não permitam que este erro se concretize. “Não basta dizer que se questionou o governo sobre o assunto, é preciso que façam valer o facto de serem um dos maiores grupos de deputados distritais de um só partido”, defende João Paulo Pedrosa, presidente da federação socialista de Leiria.
Os socialistas consideram ainda que a crise que o país vive não se resolve concentrando tudo em Lisboa e Porto, abandonando as regiões e os distritos, como é o caso de Leiria. Na sua opinião, a dinâmica empresarial do distrito, “ficará irremediavelmente afectada se esta política cega de centralização se mantiver”.

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1 COMENTÁRIO

  1. Anda por aí muito “indignado” a lamentar a intenção governamental de reduzir o número de estrututas oficiais de turismo, o que levará – espero eu! – à extinção desse gerador de absurdos anti-turísticos que dá pelo nome de Turismo do Oeste. ~
    Além da saloíce regional de quererem ter sempre qualquer estrutura que os outros também tenham (num país pequeno e sem dinheiro!), estes “indignados” até podem afinal gostar da caterva de infelicidades que têm saído do cérebro de quem gere a coisa. Será isso?
    o-das-caldas.blogspot.com/2012/01/reduzam-se-as-estruturas-regionais-de.html