Reza a história que os pastores tinham o hábito de conduzir os rebanhos até à Lagoa de Óbidos e aproveitavam para nadar e descansar nas suas margens. Daí advém o nome Nadadouro. Também D. Sebastião, quando veio a Óbidos, deslocou-se à lagoa, onde pescou, e mandou construir um cais no Braço da Barrosa, denominado Cais da Rainha, do qual ainda restam alguns vestígios. Esta zona foi ainda local de passeio e usufruto de monarcas como D. João IV, D. José e D. Maria e, mais tarde, D. Carlos I, que aí ía frequentemente pescar e caçar, acompanhado pelo naturalista Albert Girard, seu colaborador nas campanhas oceanográficas.
No livro “História e Origens da freguesia do Nadadouro e áreas envolventes”, da autoria de Júlio José, é referido que, com a reforma administrativa de 1855, São Martinho do Porto perde a categoria de concelho e Salir do Porto e Serra do Bouro passam a ser freguesias das Caldas. Terá sido nessa época que o Nadadouro deixa de integrar a freguesia de São Pedro, no concelho de Óbidos, para fazer parte da freguesia de Serra do Bouro, à qual pertenceu até 19 de Dezembro de 1957, altura em que foi elevada a freguesia. Nas décadas de 1950 e 1960 registou-se um forte fluxo emigratório para o Canadá, França e Estados Unidos, países onde hoje existem grandes comunidades de emigrantes.
Anualmente a população dirigia-se à Quinta do Bom Sucesso (Óbidos) em romagem à ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso, levando o Círio do Nadadouro. Em 1856 foi construída uma capela no Nadadouro tendo como padroeira a Nossa Senhora do Bom Sucesso e a festa anual passou a fazer-se no mesmo dia em que íam com o círio. Actualmente os festejos realizam-se no último domingo de Julho.
Nesta localidade existe uma escola primária que foi mandada construir, em 1910, por Francisco Almeida Grandela, o benemérito que mandou edificar várias escolas e foi responsável pela vinda de professores para ensinar as crianças destas localidades a ler e escrever. Ainda de acordo com a obra, a maior parte dos terrenos pertencentes à freguesia são arenosos e pouco produtivos, o que levou a população, mesmo com pouco rendimento, a dedicar-se à agricultura e à pesca, acumulando, por vezes, as duas actividades.
O Nadadouro ocupa uma área de 94 quilómetros quadrados e cerca de dois mil habitantes.
Uma das suas particularidades são os festejos do Carnaval que se realizam ininterruptamente há perto de duas décadas e cujos famosos bailes atraem milhares de participantes. Há inclusivamente, nesses dias, autocarros a fazer o percurso entre a cidade e o local do baile, permitindo a diversão em segurança.

Descrição da freguesia do Nadadouro

LUGARES
Alto, Alto Nobre, Barrosa, Casal Avé Maria, Casais de Baixo, Casal das Salgueiras, Casal dos Chãos, Cumeira, Casal Novo, Casais da Fonte, Corujeira, Casais do Vale de Égua, Casais do Regato, Casinhas, Cercas, Covões, Poça dos Ninhos, Panascosas, Pedreirinha e Touguio

Pontos de Interesse

Monumentos: Igreja de N. Sra do Bom Sucesso, Cais Palafítico nas margens da Lagoa, Poço e bomba de Água
Equipamentos públicos: Centro de Apoio Social do Nadadouro; Junta de Freguesia, pavilhão gimnodesportivo
Equipamentos de ensino: Escola primária e jardim de infância
Associações: Associação Cultural e Recreativa do Nadadouro, Rancho Folclórico “Esperança na Juventude” do Nadadouro

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Datas festivas
Festa anual em honra de Nª Srª do Bom Sucesso, no último domingo de Julho
Bailes de Carnaval
Cortejo de Oferendas

Principais Actividades económicas
Restauração, pesca, agricultura, construção civil, serviços, turismo e zona industrial

Segredos Escondidos
Ritual na Lagoa

A cada 18 de Agosto decorre nas margens da Lagoa um ritual cíclico de oração realizado pela Igreja Ortodoxa Búlgara de Portugal. Esta tradição, também apelidada de “Banho de Mar”, decorre junto ao altar de rocha, onde a 18 de Agosto de 1974, Maria da Conceição, a “Santa da Ladeira”, diz que esteve em contacto com um anjo. Com um pé em cima da pedra e outro na água salobra da lagoa, este pediu-lhe para voltar sempre ali, para rezar pelos pecados do homem. A partir dessa data, os seguidores da “Santa da Ladeira” têm sempre regressado nesse dia de Agosto, para rezar junto à lagoa de Óbidos.

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