A equipa portuguesa, da qual a caldense Beatriz Amorim faz parte, participou pela primeira vez no Campeonato do Mundo de Debate Escolar, na cidade do Panamá
Não venceu, mas viveu uma experiência “incrível”. A caldense Beatriz Amorim, de 16 anos, regressou recentemente da cidade do Panamá, onde participou, durante 10 dias, no Campeonato Mundial de Debate Escolar. A integrar a equipa portuguesa, que participa na competição pela segunda vez (estreou-se o ano passado em Belgrado), competindo com mais 67 países. Faltou-lhes apenas uma vitória, para as quatro necessárias para passar às eliminatórias do concurso que viria a ser ganho pela India, no entanto venceram o debate ao atual campeão europeu, a Eslovénia.
Nas oito rodadas classificativas, competiram com “[jovens] de países incríveis, com muitos anos de história e conhecimento”, conta Beatriz Amorim, referindo-se às equipas do Japão, Hong Kong, Eslovénia, Taiwan, Arménia, Israel e o Quénia.
Mas em que consiste o concurso? Em debater, em inglês, diversos temas, mas desconhecendo o “lado” que terão de defender. Alguns temas são conhecidos com uma hora de antecedência, ou mesmo com apenas 15 minutos e, para os debater apenas podem contar com os seus conhecimentos, sem ajuda da internet ou telefone. Para a jovem caldense, o mais difícil teve a ver com a interpretação de leis, em que era necessário ter um conhecimento aprofundado da área jurídica. Por outro lado, os debates sobre os temas sociais foram os seus preferidos.
Pelo meio houve debates em torno da saída da NATO da Europa com estes países a criar a sua própria aliança, se era melhor para os clubes de futebol manter os jogadores mais velhos e que são bons jogadores, sobre a retirada de minerais do fundo do oceano ou até sobre a igreja católica na China.
“É mesmo incrível, obriga-nos, às vezes, a pensar em coisas que nunca tínhamos pensado e com as quais até lidamos o dia-a-dia”, resume.
O convívio e companheirismo que se gerou durante o evento foi destacado pela jovem. “Juntávamo-nos todos os dias, especialmente depois das eliminatórias e falávamos de imensas coisas: da escola, da vida, da política…acho que esses foram os melhores momentos”, conta, destacando o intercâmbio cultural que se gerou.
De regresso às Caldas, Beatriz Amorim vai “continuar a trabalhar”, com leituras, para se preparar para o Campeonato Europeu de Debate Escolar, que terá lugar em março, na Macedónia. “No ano passado fomos vice-campeões iniciantes e o próximo objetivo é o Europeu, depois também haverá o Mundial, no Quénia.
Estudante do 11º ano na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, a jovem sonha em, depois de terminar o secundário, prosseguir estudos no estrangeiro. Está na área de Ciências e adora Fisicoquímica, Matemática, mas também Filosofia. “Não sei ainda o que quero fazer, mas eu quero estar numa área em que consiga estar diretamente a ajudar outras pessoas”, refere.
Além do gosto pela argumentação, integra uma organização internacional Girl Up, que apoia mulheres de todo o mundo. Criou um clube em Portugal, que junta raparigas de vários pontos do país e dinamizam diversas ações.
































