
A obra, que conta a história da Associação Regional Caldense, foi publicada há 11 anos e desde então já contou com várias reedições
Em 1983 um grupo de caldenses residentes em Newark (Estados Unidos da América) decide criar uma associação, de caldenses para caldenses, com o intuito de os localizar e reunirem-se, pelo menos, uma vez por ano. A explicação é dada no livro “Décima sétima freguesia”, da autoria de João Carlos Costa, editado há 11 anos e que presta uma homenagem à história da emigração. A obra, que já foi reeditada por várias vezes, continua a ter o seu lançamento assinalado em terras do Tio Sam, o que mostra bem como é acarinhado pelas pessoas que nunca deixaram de estar ligadas à sua terra Natal. “O livro galvanizou as pessoas, é como aquele álbum de família que gostam de ter em casa”, conta o seu autor, João Carlos Costa à Gazeta das Caldas.
O título resulta de uma expressão da então vereadora Maria da Conceição Pereira que, anos antes, assim se referia à Associação Regional Caldense, “pela sua dimensão, pelo seu inestimável contributo para o engrandecimento do espírito caldense e pelo número de pessoas das Caldas envolvidas”. A expressão ficou e o concelho ganhou mais uma freguesia a cerca de seis mil quilómetros de distância, concretiza João Carlos Costa.
O comunicador obidense, que há vários anos apresenta a cerimónia de aniversário da associação, foi convidado pelo então presidente da ARC, Jorge Ventura (que atualmente volta a liderar a associação) a escrever a obra, “mas sem a ambição de ter o número de páginas com que viria a ficar”. Começou por ser um compêndio de várias histórias sobre a Associação Regional Caldense, das primeiras idas à América dos presidentes da Câmara das Caldas e da assinatura do protocolo de criação da associação, mas viria a tornar-se “uma história da imigração em geral”, conta o autor. Conseguiu fotografias antigas das viagens dos caldenses aos EUA nas festas de aniversário, mas também das atividades que a ARC teve nas Caldas, nomeadamente nas recolhas de fundos para coletividades, donativos para associações, como é o caso dos Bombeiros e do Hospital das Caldas. “Joaquim Casimiro, além de apoiar diversas destas iniciativas, foi o grande impulsionador do livro porque queria que este fosse a história dos caldenses na América e da emigração”, realça João Carlos Costa. Natural da Serra do Bouro, Joaquim “Jack” Casimiro emigrou para New Jersey onde construiu o que alguns chamam de sonho americano, conta o autor da obra, dando conta do exemplo que é para a comunidade.
Na pesquisa feita para a concretização do livro, João Carlos Costa conseguiu descobrir documentos que eram até então desconhecidos da maioria, como é o caso da primeira ata da associação ou o primeiro anúncio da ida de um presidente da Câmara das Caldas a Newark. A obra inclui também artigos de vários jornais, entre eles a Gazeta das Caldas, que abordam as iniciativas dinamizadas e que atualmente “fazem parte da história e património da ARC”, considera.
A 15 de abril serão assinalados os 40 anos da ARC e, à semelhança dos anos anteriores irá uma comitiva composta por autarcas, empresários, para reforçar a ligação entre os dois locais. Atualmente, a associação já conta com uma nova geração de emigrantes nos seus corpos sociais, filhos dos fundadores, mas “com a mesma ligação” às origens, explica João Carlos Costa. O mesmo responsável partilha que a associação atribui, todos os anos, bolsas de estudo e tem havido um apelo dos sucessivos presidentes de Câmara que têm ido à América, no investimento para que o ensino da língua portuguesa continue presente nas novas gerações. ■






























