Número de trabalhadores diretos do centro hospitalar aumentou 8,3% nos últimos quatro anos e representa um importante ativo para a economia dos concelhos onde as unidades hospitalares estão implantadas
Com 1972 trabalhadores ao serviço, o Centro Hospitalar do Oeste (CHO) é, de forma destacada, o maior empregador da região, com cerca de 800 trabalhadores a mais do que o segundo maior empregador, que em 2021 foi a Evolve – Empresa de Trabalho Temporário, Lda, com sede no concelho de Torres Vedras.
Ter o novo hospital do Oeste, além das evidentes questões relacionadas com fácil e rápido acesso aos cuidados de saúde, é tanto ou mais importante para o território que o venha a receber em termos de economia e emprego, o que constitui mais um motivo para que os vários municípios do Oeste se debatam para o receber.
A 31 de janeiro de 2023, eram 1972 os trabalhadores diretos do CHO, segundo dados revelados pela própria instituição. Não é possível desdobrar o número de colaboradores pelas três unidades do CHO – Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche –, uma vez que parte deles acumulam funções em mais do que uma unidade. No entanto, sendo Caldas da Rainha a sede social do Centro Hospitalar do Oeste, EPE, e a unidade hospitalar caldense a de maior dimensão e com maior número de serviços, Caldas é o concelho que mais tem a perder com a deslocalização do hospital para outro concelho. Perder o hospital significa fortes impactos em atratividade para a população, mas também ao nível do que os profissionais e utentes da unidade hospitalar significam para a economia local.
Mas vamos aos números. Dos quase 2 mil trabalhadores diretos do CHO, 1835 são profissionais do mapa de pessoal do CHO, estando os restantes 137 em regime de prestação de serviços. Estes são números que evoluíram nos últimos anos. A 31 de dezembro de 2018 o número de profissionais ao serviço do CHO aumentou 8,3%, quando o número de profissionais era de 1821. É, ainda, de assinalar que o CHO tem vindo a envidar esforços para reduzir o número de trabalhadores em regime de prestação de serviços. Os funcionários do quadro aumentaram 10,7%, de 1658 ao final de 2018 para 1835 já em 2023. No mesmo horizonte temporal, os chamados “tarefeiros” reduziram de 163 para 137, uma redução de 16%.
“Apesar do número de efetivos no CHO estar ainda aquém do necessário, verifica-se uma evolução positiva na admissão de novos trabalhadores e na supressão de vínculos precários, que se tem traduzido numa melhoria dos cuidados prestados”, refere fonte do CHO à Gazeta das Caldas.
Os números revelam que a maior dificuldade do CHO para contratar está no corpo médico. O efetivo de médicos no quadro do CHO sofreu mesmo um decréscimo entre 31 de dezembro de 2018 e 31 de janeiro de 2023, de 269 para 260, uma redução de 3,3%. O regime de prestação de serviços tem sido a solução adotada para aumentar os recursos médicos, que passaram de 366 para 372, mais 1,6%. Os médicos em prestação de serviços aumentaram 15,5%, de 97 para 112. De resto, os médicos representam 81,5% dos trabalhadores do CHO em regime de prestação de serviços.
O CHO realça que o aumento dos profissionais ao serviço “tem também sido nos últimos anos muito relevante no que respeita à diminuição dos tempos de espera para consulta e cirurgia”, embora reconheça que ainda persistem “problemas em especialidades críticas”.
Voltando aos números, o CHO aumentou 12,9% a equipa de enfermeiros, de 605 para 683. Observa-se, igualmente, um esforço para a integração destes no mapa de pessoal da instituição, com esse aumento a acontecer ao mesmo tempo que o número de enfermeiros em prestação de serviços reduziu de 20 para 17, segundos os dados fornecidos pelo CHO.
Esse esforço é ainda mais visível no que aos profissionais com outras funções diz respeito, o que inclui técnicos de diagnóstico e terapêutica, pessoal auxiliar, entre outros. Estes representam um total de 917 trabalhadores, atualmente, ao serviço do CHO, contra os 850 no final de 2018, um crescimento de 7,9%. Desses, 917 são do quadro de pessoal do CHO e apenas 8 prestadores de serviços, o que compara com os 46 em 2018, uma redução de 82,6%.
“O acréscimo de recursos humanos tem permitido a criação de novas valências, como seja a hospitalização domiciliária e expansão da psiquiatria, designadamente com a criação de uma equipa comunitária”, sublinha o CHO.
“O Conselho de Administração do Centro Hospitalar tem envidado todos os esforços para contratar recursos humanos, o que é evidente pela evolução do número de efetivos desde 2018”, refere acrescentando que a administração “continuará a adotar as medidas necessárias para dar a melhor resposta na prestação de cuidados de saúde à população”.
Além do pessoal ao serviço no dia-a-dia no CHO, os serviços que presta são responsáveis por um grande fluxo de pessoas para as unidades hospitalares. Dados de 2021 do Ministério da Saúde referem que nas três unidades do CHO, que deverão ser concentradas num único novo hospital, foram realizadas 156.665 consultas médicas, a uma média que se aproxima das 430 consultas diárias. Um número que tem vindo a crescer.As cirurgias realizadas pelo CHO ascenderam a 6.925, uma média de 19 por dia, também com tendência crescente. ■
CHO candidata-se para requalificação do bloco de partos
A candidatura, de 900 mil euros, conta com apoio financeiro das autarquias das Caldas da Rainha, Bombarral e Torres Vedras
O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) fez uma candidatura ao Programa de Incentivo Financeiro à Qualificação do seu bloco de partos, na unidade das Caldas da Rainha. Esta candidatura visa a requalificação das infraestruturas e a aquisição de equipamentos, tendo por objetivo a melhoria das condições em termos de qualidade e da segurança para grávidas, recém-nascidos e profissionais de saúde, contribuindo para a humanização dos cuidados prestados.
De acordo com o CHO, a candidatura, elaborada em menos de 30 dias e que se encontra para análise, conta com a manifestação de apoio financeiro complementar por parte das Câmaras das Caldas da Rainha, do Bombarral e de Torres Vedras, para além do reconhecimento da OesteCIM. No caso das Caldas foi disponibilizada uma verba de 325 mil euros, “que é pouco mais de um terço do investimento total, que é de 900 mil euros”, explicou Vítor Marques à Gazeta das Caldas. Já antes, em maio de 2021, a autarquia tinha formalizado um protocolo com o CHO, que incluiu o apoio na realização de obras e aquisição de equipamento para o serviço de Obstetrícia, no valor de 400 mil euros. “Num investimento total de 1,3 milhões, o município das Caldas coloca 725 mil euros à disposição do hospital para ter obras na maternidade e obstetrícia”, explica o autarca.
Vítor Marques realça que esta é uma competência do Estado central, no entanto, faz notar que se não fosse o apoio dos municípios poderiam estar em causa estas requalificações que são necessárias para dar resposta aos munícipes.
No total, candidataram-se a esta linha de financiamento 33 unidades hospitalares, totalizando o valor total das candidaturas 36 milhões de euros. No entanto, o valor total global disponibilizado pelo Ministério da Saúde é consideravelmente menor, na ordem dos 10 milhões de euros. A avaliação sobre quais os blocos de parto que obterão financiamento cabe à direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde, “sem prejuízo da intervenção” da Administração Central do Sistema de Saúde IP, refere o despacho assinado pelo secretário de Estado da Saúde.
Nos últimos meses a Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do CHO tem estado encerrada por diversas vezes, funcionando de acordo com o previsto no Plano de Rotatividade implementado pela direção executiva do SNS. ■































