16 de Março foi assinalado com mais participação de público

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Responsáveis autárquicos depondo flores com M. Inácia Rezola e Sta. Bárbara autor do monumento

Passaram 51 anos do 16 de março de 1974 e nas Caldas, o Golpe foi celebrado com mais pompa e circunstância do que tem sido feito nos últimos anos.  A cerimónia evocativa do 16 de março decorreu junto ao Monumento alusivo à Intentona contou com mais convidados da sociedade civil e militar, foi instalada uma plateia de cadeiras e sistema sonoro. No final da sessão foi também descerrada uma placa de homenagem do povo aos militares das Caldas e que assinala a passagem dos 50 anos do 16 de Março.

Durante a sessão houve palavras de José Santa Bárbara, autor e escultor do monumento que apreciou ter sido convidado, pelo anterior executivo, “para executar esta homenagem a um acontecimento que acelerou o 25 de abril”. Acrescentou que a parte negra e brutalista representou os anos do fascismo e que é dessa base que sai “um canhão que em vez de lançar balas lança estrelas e alegria pois simboliza a libertação alcançada com a Revolução”.

Uma plateia e mais convidados do que é habitual

O sargento-mor Fernando Jesus, presidente da Liga dos Combatentes do Núcleo das Caldas,  disse que o 16 de março “serviu para o sentir do pulso do governo de então, para os militares verem até onde podiam ir”. O militar ainda fez notar que o Golpe é um símbolo da cidade e, para todos os caldenses, “é um feito que mais tarde resultou no 25 de Abril”.  Já para Maria Inácia Rezola, comissária das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, o 16 de Março foi “um dos momentos cruciais da história contemporânea portuguesa”, reconhecendo o seu impacto “para a construção da democracia portuguesa”. Naquele dia 16 de março, começava então a libertação de Portugal pois a ação“abriu caminhos para um país mais livre e mais justo”.

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Para a convidada, devemos lembrar “aqueles que, com ousadia, arriscaram as suas vidas por um ideal maior”. Na sua opinião, “a sua coragem e determinação” devem ser recordadas como “partes do nosso património histórico e da nossa memória coletiva”.

O major-general José Feliciano, em representação do chefe do Estado Maior do Exército, destacou que o 16 de Março “é muito significativo para nós caldenses”. Tanto se lhe dá que lhe chamem de antecâmara ou de  prelúdio da Revolução pois “de facto o 25 de Abril nasceu nesse dia  16 de Março”.

O mais importante, para o convidado, “é homenagear aqueles que colocaram as suas vidas em jogo e não sei se tinham consciência…Foram a caminho de algo desconhecido”. José Feliciano felicitou a autarquia por celebrar o16 de março e por homenagem todos os que fizeram parte daquele acontecimento.

Alice Gesteiro, em representação do presidente da Assembleia Municipal, Lalanda Ribeiro, recordou que era estudante na altura em que aconteceu o Golpe das Caldas. “Já  se percebia que havia falta da liberdade”, disse a autarca, recordando que o momento do 16 de março foi “vivido com entusiasmo e depois tristeza”. Na sua opinião hoje é preciso lembrar “a coragem destes homens que iam derrubar o governo pois eles merecem o respeito dos caldenses e de todos os portugueses”.

O presidente da Câmara, Vítor Marques, salientou que o 16 de Março deveria ser assinalado com mais elevação.  Foram feitos mais convites, melhoradas as condições para quem assiste às cerimónias, o que resultou numa maior afluência de gente aos eventos. “Ano após ano queremos continuar a celebrar este dia, relembrando  todos os que participaram e quiseram mudar o regime”, destacou o edil caldense  que sublinhou ainda a importância das conquistas da liberdade e da democracia. “Ninguém quer  voltar para trás”, resumiu Vítor Marques  pedindo – no final da sua intervenção junto ao monumento – uma salva de palmas para todos os militares que fizeram parte  do Golpe das Caldas.

O presidente Vítor Marques ainda deixou o desafio para que uma das pessoas que esteve presente na celebração possa também dar a conhecer o que foi a Intentona das Caldas. “Cada um de vós pode dar a conhecer a história do 16 de março, permitindo que  mais gente saiba que houve uma tentativa prévia”.

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