“Novinhos em folha” recebidos na ESAD

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notícias das Caldas“Novinhos em Folha” foi o nome que receberam este ano lectivo os novos alunos da ESAD, cuja semana de recepção teve lugar de 17 a 22 de Outubro.
Carolina Ribeiro, presidente da Associação de Estudantes da ESAD, diz que estas actividades servem a integração dos estudantes que chegaram agora à escola. “São bem dispostos e participam em tudo”, referiu à Gazeta das Caldas, sublinhando que houve uma maior adesão do que no ano anterior.
Actualmente no 3º ano de Design de Cerâmica e Vidro, a agora presidente lembrou que foi esta direcção que voltou a constituir uma associação de estudantes, uma estrutura que durante alguns anos não existiu na ESAD.
No ano passado organizaram a recepção aos alunos recém-chegados, que receberam então o nome de “Fresquinhos e Fofos”. Este ano, foram os “Novinhos em Folha” a ter direito a uma recepção.
A semana começou com o “leilão” dos novos alunos entre os seus colegas mais velhos, seguindo-se o “rally das tascas”, a 18 de Outubro, que terminou com um arraial na rua Leão Azedo. “Do ‘rally’ fizeram parte praticamente todos os bares da cidade


Na quarta-feira, 19 de Outubro, os alunos percorreram as Caldas na “Procissão do Falo”, onde ficaram a conhecer alguns dos locais mais emblemáticos da cidade. Quatro rapazes levaram consigo um andor com um falo enfeitado.
De altifalante em punho, Patrícia Silva, aluna do 3º ano do curso de Som e Imagem, liderou esta visita pela cidade. “Muitos não são das Caldas e precisam de conhecer melhor a cidade”, explicou.
O desfile terminou no Jardim da Água, a obra do mestre Ferreira da Silva nas traseiras do chafariz das Cinco Bicas, com o “baptismo” dos novos alunos. “Que nojo”, foi a frase mais ouvida, quando os estudantes repararam no estado do líquido (com um tom esverdeado) naquela instalação artística. Felizmente, alguém levara água limpa para o “baptismo” simbólico.
No dia 20 os novos alunos foram ao “tribunal” na Praça da República e acabaram a noite numa festa na ESAD.

Alguns alunos com traje académico na ESAD

Há pelo menos três anos que começaram a aparecer na ESAD alguns trajes académicos entre a comunidade estudantil, algo que seria impensável numa escola que onde os alunos sempre disseram ser anti-praxe.
O assunto tem sido polémico e até chegou ao Facebook, onde um grupo criado para o efeito tem originado várias discussões entre os que são contra e os que são a favor.
Mafalda Rodrigues, uma das alunas que traja na ESAD, garante que há “muita gente que tem traje, mas não traja na escola por vergonha e porque às vezes até há insultos”.
No 2º ano do curso de Design de Ambientes, Mafalda Rodrigues é natural de Aveiro e sempre quis usar o traje académico quando fosse para a universidade. “Eu via a minha irmã, que já está licenciada, com o traje e para mim a vivência académica é tudo”, explicou.
Por isso, quando chegou às Caldas e soube que alguns dos seus colegas iam para Leiria para serem praxados no Instituto Politécnico, decidiu ir também. Foi na capital do distrito que foi baptizada e participou na serenata em que trajou pela primeira vez.
Este ano será a vez de Mafalda Rodrigues e os seus colegas a levarem os caloiros que querem trajar à serenata em Leiria.
Para que na ESAD possa existir uma verdadeira tradição académica, é preciso constituir uma comissão de praxes. Mafalda Rodrigues está disposta a trabalhar para criar um código de praxe desta escola.
A polémica promete continuar. “Eu cá prefiro a liberdade à tradição”, “o traje é anti-criativo na sua base” e “os trajes servem para separar as pessoas” são algumas das criticas feitas no Facebook em relação a este movimento.
Embora seja tradição que os alunos nesta escola tenham uma recepção “especial” no início do ano, a ESAD sempre se destacou de outros estabelecimentos de ensino superior por não ter nenhum traje académico. Desde o início da década de 90 que há “praxes”, mas feitas de uma forma irónica e gozando com as própria tradições académicas. Uma atitude que se enquadra na forma de estar alternativa típica dos estudantes de uma escola de artes.
A presidente da Associação de Estudantes da ESAD prefere não se pronunciar sobre este assunto. “Como representante de todos os alunos tenho que ser imparcial, embora cada um de nós tenha a sua opinião”, afirmou Carolina Ribeiro.

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