Os europeus, tal como outros povos noutros continentes, têm nos últimos anos lançado iniciativas para reaproximar os vizinhos e os comerciantes que estão nos seus bairros, para quebrar as barreiras artificiais que se levantaram nas grandes metrópoles urbanas.
Uma das primeiras iniciativas coube a um cidadão parisiense, Atanase Périfan, residente no Bairro XVII, que lançou a ideia em 1999 de reunir os vizinhos à roda dum aperitivo e de um petisco, tendo juntado nesta primeira vez mais de dez mil pessoas. A partir daí, a iniciativa – que passou a ser conhecida pela “Festa dos Vizinhos” e a realizar-se na última sexta-feira de Maio – estendeu-se a mais de mil localidades francesas, bem como a outros países nomeadamente a Bélgica, Canadá e Turquia. Só em França seduziu 8 milhões de pessoas em 2015. O título que lhe é concedido actualmente é do “European neighbours day” e os próximos já estão marcados para 26 de Maio e 25 de Maio, respectivamente, de 2017 e 2018, desenrolando-se as festividades geralmente a partir das 19 horas.
Provavelmente sem conhecerem em pormenor esta iniciativa que se estende crescentemente na Europa, os habitantes e comerciantes do Bairro Azul e da via estruturante Sebastião de Lima que o atravessa, lançaram uma iniciativa coincidente, que mostra um desejável dinamismo e uma preocupação de convivialidade entre vizinhos, que era comum e muito salutar nas pequenas aldeias e vilas portuguesas.
Zé Povinho é muito sensível a este tipo de iniciativas e recorda a efervescência que existia nos idos de 70, logo a seguir ao 25 de Abril, em que as pessoas, os vizinhos, os bairros, se organizavam para tentarem resolver os seus problemas. Por isso felicita os moradores e comerciantes que se constituíram numa Associação dos Amigos do Bairro Azul, que prometem lutar por melhorar a qualidade de vida naquela parte da cidade, podendo servir de modelo a outros bairros que se organizem também no mesmo sentido.
Esta solidariedade dos vizinhos é um bom exemplo para a comunidade caldense e um forte incremento para o comércio de proximidade, pelo que Zé Povinho felicita em nome de todos o casal Pedro Rosa e Cristina Hilário, principais mentores deste evento .
A grande maioria dos portugueses tinha uma confiança infinda no principal banco público – a Caixa Geral de Depósitos.
Se durante muitos anos era uma instituição muito burocratizada e quase com um comportamento de “repartição pública”, viveu um processo de modernização nas últimas décadas que lhe deu uma imagem nova, equiparada aos restantes bancos privados.
Mas agora é com grande espanto que os portugueses têm acompanhado nos últimos meses a polémica que a Caixa atravessa, fazendo-os recordar dos incompreensíveis acontecimentos que ocorreram em grande parte da banca privada portuguesa, que levou à intervenção e encerramento de vários bancos.
Para mais, Zé Povinho não pode aceitar as razões que diariamente os media trazem a público, sobre as histórias que levaram a esta situação na Caixa Geral de Depósitos, a qual tem servido de asilo a figuras proeminentes dos partidos do arco da governação.
Provavelmente, nos últimos 20 anos não houve inocentes, tanto da parte dos nomeados como dos que os nomearam, pelo que a situação que se vive hoje, com notícias de que vai haver uma recapitalização de vários milhares de milhões de euros e o despedimento de milhares de pessoas, não é um bom sinal.
A lista de erros e de incongruências nas várias gestões da Caixa mostra que, tal como na banca privada, outros interesses estiveram em jogo.
Zé Povinho acha que deve continuar a haver um banco público que sirva de referência ao sector e que tenha um comportamento exemplar junto dos clientes, pelo que exige que desta vez não haja transigência e que se estabeleçam processos de governança transparentes que impeçam mais decisões incorrectas e que provoquem, directa ou indirectamente, prejuízo para o contribuinte. E já agora que a culpa não morra, uma vez mais, solteira.

































