A Semana do Zé Povinho | 27/04/2018

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Gazeta das Caldas
| D.R.
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No passado domingo estiveram no Campo da Mata perto de 2000 pessoas para se despedirem da equipa do Caldas, no final de uma época que será inesquecível a todos os níveis.
São muito menos que as mais de 6000 pessoas que assistiram, uns dias antes, ao Caldas-Aves, mas não deixa de ser um número impressionante para um clube que, no início da época, não levaria ao seu estádio muito mais que 300 pessoas.
Esta é a grande vitória do clube caldense nesta época desportiva – a mobilização que conseguiu gerar junto da sociedade caldense. Não foi só a afluência ao estádio que aumentou. Aumentaram os sócios e aumentaram as empresas disponíveis para contribuir para a actividade do clube, também porque este passou a ser um bom veículo para a sua promoção.
No fundo é isto que é uma comunidade, quando todos os agentes que nela vivem se auxiliam mutuamente para melhor atingirem os seus objectivos, sejam eles desportivos, sociais, culturais ou económicos.
Este é o grande mérito do grupo de jogadores amadores que representaram tão bem a cidade e a região na maior montra do futebol português, passando muito os limites daquilo que é apenas o futebol.
Zé Povinho quer juntar-se a este fenómeno e dar os parabéns aos atletas, treinadores e dirigentes do Caldas Sport Clube, pela alegria que deram ao povo caldense e de toda a região. E espera agora que o clube e a cidade saibam potenciar o que foi construído, trabalhando para converter os espectadores em adeptos, e parte destes em associados do clube, porque este só pode ser tão forte quanto a matéria humana que o compõe.

 

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Zé Povinho foi surpreendido pela polémica gerada em Portugal com a exibição em duas televisões de largas partes dos interrogatórios dos casos judiciais mais falados dos últimos três anos relacionados com alegadas formas de corrupção aos mais alto nível do poder político, financeiro e económico.
A exibição daqueles filmes, por muitos considerados como verdadeira pornografia político-judiciária, indignou muitos observadores, que acham inqualificável que se exibam aqueles momentos degradantes, mesmo que ao abrigo dum putativo direito a informar.
Zé Povinho já não se surpreende com a ousadia daqueles meios de informação ao desafiarem a lei utilizando imagens de pessoas que deviam ainda estar ao abrigo do estatuto da presunção de inocência. Mas no final daquelas projecções (mesmo discordando, é inútil procurar não as ver porque existem e são comentadas por todo o lado) fica uma náusea de como um homem, que se intitulava ou o intitulavam Dono Disto Tudo, o Dr. Ricardo Salgado, ter tido nas suas mãos tanta gente poderosa pelos cargos que exerciam.
Esse senhor beneficiou ao longo de muitos anos das benesses e dos obséquios de tantos responsáveis, mesmo de muitos considerados idóneos, que lhe manifestavam consideração e admiração, sabendo-se hoje como circulava muito dinheiro pelos off-shores desse mundo dos pagamentos dolosos e ilegais.
Será muito grave que alguma ou muita da acusação subjacente a essas fugas de informação se confirme, mas o que está à vista nas consequências que tiveram para alguns dos grupos económicos mais importantes do país e que empregava gente mais qualificada, já é suficientemente grave para não se ficar calado.
Como foi possível que um dos mais importantes grupos económicos – o BES – e uma das maiores empresas tecnológicas – a PT – terem sido dizimados de uma forma inacreditável e com consequências trágicas para o país, para muitos dos seus investidores, para os seus trabalhadores e clientes? Como foi possível desbaratar tantos milhares de milhões de euros (que os portugueses estão a suportar através dos seus impostos)?
Por muito que o Dr. Ricardo Salgado se esconda, a sua sombra permanece e não conseguiu ainda convencer ninguém da sua honorabilidade e da sua credibilidade.

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