Zé Povinho também vai assinar a petição pela modernização da Linha do Oeste e desafia os seus fiéis leitores a também assinarem essa petição, que pode obrigar o governo e os responsáveis ferroviários a acordarem do sono letárgico em que vivem.
Se houver um verdadeiro objectivo de levar por diante a electrificação da Linha do Oeste, deveriam ser os próprios responsáveis pela direcção da linha, bem como aqueles que, mais acima, no governo, dizem ser defensores deste meio de transporte, os primeiros interessados pelo arranque e realização da obra.
A passividade de todos em relação ao transporte ferroviário na Linha do Oeste causa náuseas e enjoos ao próprio Zé Povinho, cujo criador, Rafael Bordalo Pinheiro, era um indefectível defensor do comboio pois era através dele que fazia as suas viagens entre Lisboa e Caldas durante a sua estadia na então vila no final do séc. XIX.
Por isso é com muita simpatia e genuíno apoio que Zé Povinho se solidariza com a acção lançada pela Comissão de Defesa da Linha do Oeste com vista a exigir ao governo a modernização desta via férrea e aquisição de material circulante indispensável ao bom funcionamento do transporte de passageiros.
Se o sentido de necessidade do transporte ferroviário fosse verdadeiro para a maioria dos oestinos, então em pouco tempo as assinaturas da petição ultrapassariam as dezenas de milhares de apoiantes.
Por isso, Zé Povinho deixa ao porta-voz da comissão, Rui Raposo, o seu apoio militante e incentiva-o a colocar à disposição dos interessados nos locais centrais das povoações do Oeste o abaixo-assinado e também na internet para rapidamente ser recolhido o maior número de assinaturas possível.
Nas páginas da Gazeta desta semana há um texto sobre a responsabilidade social das empresas e o quão importante isso é em termos de imagem de marca e do prestígio e respeito que estas adquirem junto dos seus colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade em geral.
Vem isto a propósito de um grupo económico que entrou nas Caldas da Rainha a comprar uma empresa local familiar e cinquentenária e que resolveu fazê-lo à bruta, sem o mínimo de respeito pelos seus novos colaboradores, pelo antigo proprietário e, por estas vias, pela própria cidade onde se instalou.
O grupo Joaquim Chaves Saúde mandou às malvas o acordo de cavalheiros que tinha com o empresário e farmacêutico João Branco Lisboa e decidiu pressionar e chantagear os trabalhadores do laboratório recém-comprado para assinarem um novo contrato de trabalho que, à face da Lei, não é necessário. A insistência empregue na assinatura desse contrato faz recear o pior sobre os métodos e objectivos deste grupo para quem, pelos vistos, os trabalhadores não devem ser mais do que uma centro de custos em vez de os considerar como uma mais-valia para a missão da empresa.
Zé Povinho, com alguma boa vontade, até entenderia a necessidade de a Joaquim Chaves prescindir de alguns trabalhadores tendo em conta a nova estratégia para o antigo Laboratório Branco Lisboa. Mas esperaria que tal fosse feito com respeito e dignidade, com o cumprimento da Lei, com transparência e negociação assertiva e honesta.
Não é, porém, o caso, destacando-se antes a coacção e a chantagem, como a que ficou patente quando o administrador reuniu o seu staff e marchou sobre as Caldas para dizer ao seu “novo” pessoal quem manda e obrigá-lo a assinar um contrato feito à medida dos interesses da empresa de curto prazo. Uma atitude insensata que pode condenar o grupo nas Caldas da Rainha e na região.
Zé Povinho apela a um pouco mais de decência por parte do Dr. Joaquim José Paiva Chaves, presidente do Conselho de Administração do grupo. E recorda-lhe aquilo que consta no valores da Joaquim Chaves Saúde: “como profissionais de saúde, cuidamos de tudo o que é vida. É na sua melhoria constante que providenciamos valor à comunidade e aos nossos accionistas”. O Dr. Chaves ainda está a tempo de arrepiar caminho e evitar destruir as vidas de quem há anos, como profissionais de saúde, tão bem tem sabido cuidar da saúde dos outros.

































