Os últimos três meses foram muito vivos nas hostes do PSD, ou PPD/PSD como um dos candidatos preferia invocar, na sequência da retirada do Dr. Pedro Passos Coelho da liderança do partido.
Estavam em disputa dois projetos para o futuro do partido, em que as diferenças eram pouco assinaláveis, a não ser pela forma de agir e de pensar de cada um, bem como da posição que tinham em relação ao período mais recente da liderança do partido, especialmente daquele em que houve intervenção da troika.
Na região os apoios dividiram-se por tendências, umas mais viradas para o candidato nortenho – Rui Rio – em que os apoiantes olhavam mais para a possibilidade de afirmação do líder nos embates nacionais próximos, outras mais voltadas para o candidato sulista – Pedro Santana Lopes – que fez da sua erudição e treino discursivo a sua mais valia.
Rui Rio recebeu as unções dos principais dirigentes do PSD caldense, do presidente da distrital, bem como dos deputados eleitos pelo círculo de Leiria e área Oeste, enquanto que Santana Lopes recolheu apoios em Óbidos, Alcobaça e noutros dirigentes distritais, incluindo o caldense Fernando Costa. Estranhamente, desta vez Barreiras Duarte e Telmo Faria estavam em campos opostos, desempenhando tarefas de destaque em ambas as candidaturas.
Contados os votos, a vitória de Rui Rio surgiu cedo, tendo Santana Lopes reconhecido a derrota e mobilizando-se para a luta comum do PSD para as próximas eleições europeias e legislativas.
Para alguns os resultados vão deixar marcas, para outros as conflitualidades saram-se rapidamente, ficando Rui Rio com as mãos livres para dar um novo rumo ao partido, abandonando a trajectória dos diabos e das visões negativas do anterior líder que vai dedicar-se à vida civil.
Zé Povinho saúda o Dr. Rui Rio e fica à espera de uma nova dinâmica que interrompa este período de negação da realidade do PSD e de divórcio com as forças maioritárias na Assembleia.
| D.R.
Há um ano que a CP tem um problema grave que a impede de assegurar a sua oferta regular na linha do Oeste: os comboios estão velhos, avariam e não há pessoal para os reparar (nem autorização do governo para contratar mais operários para as oficinas).
É, efectivamente, uma dor de cabeça para qualquer gestor. Mas é para isso que os gestores são pagos – para gerir, para identificar e procurar soluções que, perante problemas excepcionais, exigem respostas excepcionais.
A actual administração da CP entrou em funções em Junho e foi imediatamente colocada perante este problema. Mas desde então as suas respostas são sempre as mesmas, quer as respostas a explicar o problema, quer as respostas práticas na exploração ferroviária – insistir em injectar automotoras podres na linha e rezar para que não avariem, pelo menos até que o governo autorize a empresa a comprar comboios novos.
Só que isso não tem resultado e todos os dias há comboios suprimidos.
Por outro lado, a CP dispõe de outro tipo de material – máquinas mais carruagens – que está em estado operacional, mas que, por ter uma exploração mais cara, a empresa prefere manter parqueado em vez de o pôr a circular nos carris. E também há na vizinha Espanha mais material motor que pode ser alugado para reforçar a frota da CP.
Parece, pois, que assegurar o transporte ferroviário regular – que é o core business da CP – deixou de ser importante.
Como agora também deixou de ser importante explicar as razões de seis meses de fracasso na resolução dos problemas da linha do Oeste, já que a administração não respondeu às perguntas que lhe foram feitas.
Zé Povinho desafia os senhores administradores, Dr. Carlos Gomes Nogueira, Eng. Abrantes Machado e Dra. Ana Maria Malhó a enfrentarem e resolverem de forma definitiva os problemas da linha do Oeste, ou então a entregarem uma cartinha à tutela a dizerem que assim não vale e cederem o lugar a outros.