A Semana do Zé Povinho – 29/07/2016

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O Oeste Fe2016-07-29 PRIMEIRA.inddst cumpriu a sua terceira edição e foi um sucesso em termos de público, de bilheteira, de patrocínios e até de activações da operadora Cabovisão que tinha associada uma promoção às entradas para o evento.
De ano para ano o número de festivaleiros tem vindo a aumentar neste evento e este ano o cartaz foi claramente superior aos anteriores, o que consolida a tendência de crescimento e de notoriedade deste evento que se realiza na Foz do Arelho.
É claro que não é (ainda) um festival de referência a nível nacional, mas no panorama festivaleiro da região é claramente o número um e com tendência para tornar-se ainda mais conhecido.
Na origem do Oeste Fest não está, porém, nenhum herói do jet set ou um consagrado empresário do mundo dos espectáculos. O dono do Oeste Fest é um caldense (em rigor um landalense porque é dos Casais da Serra, no Landal), funcionário da Câmara de Rio Maior, que resolveu apostar neste festival, arriscando o seu próprio dinheiro e acreditando sempre que este poderia ser um sucesso.
Zé Povinho refere-se a João Paulo Louro, que é o mentor e discreto organizador do Oeste Fest. Conhecido pelo seu low profile, este empreendedor é teimoso, corajoso e modesto. Gosta de música, mas sabe delegar a quem percebe do assunto a escolha dos grupos que vão actuar à Foz do Arelho. E sabe igualmente rodear-se de uma equipa de colaboradores, parceiros e patrocinadores que têm sido também decisivos para o êxito deste evento do Verão caldense.
Merece pois os encómios de Zé Povinho, que lhe deseja o maior sucesso nos próximos eventos. Boa sorte, João Louro.

2016-07-29 PRIMEIRA.inddPode o presidente da Junta da Foz do Arelho dizer que o Verão está a correr muito bem, que a vila e as suas praias estão pejadas de gente e que os eventos realizados na freguesia têm sido um sucesso.
Mas a verdade é que noutros domínios as coisas não vão nada bem na freguesia da Foz do Arelho.
Primeiro foram as dúvidas e suspeições sobre as contas da Junta. Os procedimentos administrativos nada transparentes numa instituição que gere dinheiros públicos, um buraco de 20.000 a 30.000 euros, cheques que não se sabe para onde foi o dinheiro e agora uma auditoria que custa caro à autarquia mas que é inevitável para se apurar o que se passa.
Depois foi a penhora, à ordem do tribunal, das contas bancárias da Junta por causa do controverso processo judicial com a família Caiado (que ultimamente tem vindo a ganhar batalhas nesta guerra) e que deixou a autarquia sem acesso ao dinheiro que tinha na Caixa Geral de Depósitos, estando comprometido o seu regular funcionamento.
No meio de tudo isto, esperava-se que os fregueses manifestassem alguma preocupação e se interessassem pela coisa pública, isto é, pelo que se passa na sua pequena autarquia tendo em conta a relação de proximidade que uma Junta de Freguesia sempre tem com a população.
Zé Povinho esperava que, apesar de ainda não se saber que as contas tinham sido penhoradas, mais cidadãos ocorressem à Assembleia de Freguesia que se realizou na passada segunda-feira na sede da Junta, preocupados com a situação irregular das contas.
Mas não.
Apenas nove fregueses numa freguesia de 1400 habitantes se deram ao trabalho de assistir à reunião pública onde se discutem os assuntos que interessam – ou deveriam interessar – a todos. Um número que espelha bem o divórcio entre os cidadãos e a política local, mas cuja responsabilidade não pode ser só atribuída aos seus eleitos.
Face aos graves problemas com que a Foz da Arelho se debate, Zé Povinho espera um pouco mais de interesse, de preocupação, de participação, enfim, de cidadania, por parte dos fozenses.

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