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Durante muitos anos os responsáveis do Caldas Sport Clube queixaram-se do afastamento que havia por parte da população das Caldas. Algo a que não será alheio os anos em que a cidade, sobretudo os seus empresários, se queixavam que o clube era um mau parceiro, por ser mau pagador.
No passado recente o Caldas conseguiu apagar essa má imagem que tinha no tecido empresarial, mas não tinha sido ainda capaz de atrair os caldenses ao seu estádio e reavivar a paixão com que viviam os jogos nas longínquas décadas de 1950 e depois de 1970.
Mas o percurso que o clube do pelicano está a fazer na Taça de Portugal foi a faísca que faltava e, agora, o fenómeno já passou os limites do futebol. A cidade rendeu-se ao grupo de jovens que, contra todas as probabilidades, foi ultrapassando de forma meritória, com força mental e capacidade de trabalho inabaláveis, adversários mais poderosos.
É isto que o desporto em geral tem de melhor: a capacidade de mobilizar e unir as populações, que muitas vezes não se entendem em tantos outros aspectos da vida e da vivência em sociedade.
Pessoas que nem ligam ao futebol comentam se o Caldas ganhou ou não, querem saber quando é o próximo jogo e até assisti-lo ao vivo. E já não são só os caldenses que querem que o Caldas passe o Aves e chegue à final. Zé Povinho arrisca dizer que, de um modo geral, toda a população da região, e muitos adeptos do futebol espalhados pelo país, querem que esta história que parece fantasia continue, porque é a prova real que nem sempre a lei do mais forte impera.
Zé Povinho dá os parabéns ao Caldas Sport Clube por ter sido capaz de unir tanta gente à sua causa e de ser uma inspiração para tanta gente.

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Zé Povinho está cada vez mais intrigado com o que vai na cabeça de muitos líderes mundiais que, depois de algum tempo em que parecia aproximarem-se placidamente das regras democráticas, mesmo com algumas nuances, nos últimos tempos perderam a vergonha e passaram-se.
Já para não falar dos casos extremos como os dos líderes da Síria, Venezuela, Coreia do Norte e outros, há líderes de outros países que, pela sua importância e que se tinham comprometido de alguma forma (mesmo envergonhada) em práticas respeitadoras da liberdade, exemplo da Turquia, Polónia ou mesmo Hungria, repentinamente escorregou-lhes o pé para a asneira e perderam a vergonha.
A Rússia também não fugiu a estas tendências, tendo arranjado um artifício de alternar alguns dos mesmos protagonistas pelos principais cargos, nomeadamente Presidência do país e primeiro-ministro, para manter sempre Putin à cabeça da oligarquia (mesmo que mantenha o apoio popular com as suas exibições de poder que lembram os tempos dos “czares” que lideravam a Grande Rússia ou a União Soviética).
Só faltava o actual líder chinês, de nome Xi Jinping, herdeiro da tradição de Mao Tsé Tung e do seu sucessor Deng Xiaopiing, hoje senhor todo poderoso do Império do Meio, aproveitar o Congresso do Partido Comunista Chinês a decorrer, para alterar a Constituição do país no sentido de se poder perpetuar na Presidência e na liderança do Partido, como das Forças Armadas, para além do final do seu mandato em 2023. Mais, seguindo as pisadas de Mao, também inscreveu na mesma Constituição o seu pensamento “sobre o Socialismo com características chinesas para uma nova era”, elevando-se ao nível de um ser sobredotado e entronizado.
A República da China que queria mostrar uma face simpática ao mundo, por este caminho, deixa muito a temer sobre o que poderá acontecer no futuro, num mundo cada vez mais perigoso com as lideranças que vai escolhendo ou que se vão impondo autoritariamente.
































