A semana do Zé Povinho

0
565

A Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) assinalou, na semana passada, um ano de actividade e apresentou números que deixam Zé Povinho bastante animado. Durante os últimos 12 meses, aquela estrutura, que tem como propósito assistir os doentes ao domicílio, conseguiu prestar cuidados a 285 pacientes, o que, bem feitas as contas, significou uma “poupança” de 3.022 dias de internamento convencional no hospital. E só a equipa da UHD das Caldas foi responsável por 161 utentes, à frente da equipa de Torres Vedras, que respondeu a 124 pessoas.
Este é um bom exemplo de como, com imaginação e sentido crítico, se podem obter melhores resultados com os mesmos recursos no tratamento dos doentes. Segue, aliás, uma linha de intervenção que tem sido percorrida em muitos países desenvolvidos, onde são os médicos que vão a casa dos pacientes, onde estes se sentem mais confortáveis e junto da família. Ao mesmo tempo, evita-se uma sobrecarga dos hospitais e das unidades de saúde, que ficam, desse modo, libertas para atender às urgências e aos casos que implicam internamento.
Zé Povinho dá, por isso, os parabéns ao Centro Hospitalar do Oeste nesta matéria, embora saiba que noutras situações aquela estrutura tem muito a melhorar na forma como são prestados alguns cuidados de saúde aos cidadãos. Contudo, sempre que há iniciativas que revelam um impacto positivo na vida das pessoas, elas devem ser ressalvadas. Como é o caso da Unidade de Hospitalização Domiciliária.

Neste tempo de pandemia, as pessoas estão particularmente mais susceptíveis e vulneráveis aos esquemas de fake news que proliferam um pouco por todo o mundo. Na última semana, Caldas e o Oeste foram vítimas de uma série de posts publicados num site de origem duvidosa e que lançaram sobre a região um conjunto de boatos infundados e que apenas servem para criar a confusão entre a população. Zé Povinho lamenta que haja pessoas tão mal intencionadas e cujos propósitos só podem ser o de ganhar dinheiro em publicidade on-line com estas práticas.
Esta é, porém, uma questão que deve merecer um olhar atento das autoridades. Dos governos e da União Europeia, que já deveria ter percebido, com tudo o que aconteceu com a eleição de Donald Trump nos EUA e do referendo europeu no Reino Unido, que este tipo de artimanhas só podem servir interesses que não o interesse público. Urge, por isso, uma legislação apertada e polícias devidamente preparadas para lidar com estas questões. Falta uma directiva enérgica de Bruxelas para, de uma vez por todas, as autoridades terem o poder de fiscalizar sites e encerrá-los no caso de propagarem informação falsa.
De resto, é inacreditável a facilidade com que pessoas, bem ou mal intencionadas, conseguem fazer sites que se dizem “informativos”, que replicam notícias ou partes de notícias de outros órgãos de comunicação social sem citar, e que ganham dinheiro com publicidade on-line. Sem pagarem impostos, porque nem sequer são empresas, e sem terem jornalistas profissionais… Pode parecer uma questão do somenos, mas não é. É a democracia que pode estar em causa.

- publicidade -