A semana do Zé Povinho

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“Caros populistas, vocês entenderam. A festa acabou”. Esta é a frase chave de um novo grupo de intervenção político-cultural que surgiu em Itália no mês passado, simbolizado pela sardinha, lançado por quatro jovens desconhecidos, sem qualquer ligação partidária, para combater as ideias populistas e xenófobas que estão a emergir no mundo, mas especialmente em Itália.
Tendo criado o Global Sardine Day, este movimento já se estendeu a dezenas de grandes metrópoles mundiais, como Nova York, S. Francisco, (nos EUA), Berlim, Paris, Londres, Dublin, Amesterdão, Madrid e Copenhaga (na Europa), onde os participantes são irmanados por uma atitude positiva, não violenta e não agressiva mesmo para aqueles a quem querem contrapor as suas ideias.
À sardinha – espécie piscícola conhecida pela sua vivência em grandes comunidades, bastante gregária, enfrentando pacificamente as outras espécies mais predatórias, e amiga também daqueles que a consomem, como é o caso típico em Portugal – juntaram um hino da resistência italiana contra o fascismo na década de 40: Bella Ciao.
Hoje Bella Ciao é com a sardinha um símbolo mundial da resistência e da justiça social, provavelmente também uma razão do sucesso crescente das sardinhas portuguesas em cerâmica nos mercados internacionais.
Nas últimas semanas o movimento intitulado #6000sardine têm-se apresentado ao mesmo tempo a que estão anunciadas manifestações dos partidos da extrema direita, a que chama dos tubarões da política italiana, mas noutros locais, tendo em vários casos concentrado muitos mais participantes, mas sem haver qualquer provocação com esse peixe graúdo.
É pois um bom exemplo que o Zé Povinho, também amante de sardinha, apresenta nesta época natalícia e que espera que cresça em todo o mundo.

Zé Povinho gosta de quem trabalha com afinco e se dedica de corpo e alma à sua profissão bem como à comunidade, tal como fazia o seu criador Bordalo Pinheiro. Não pode deixar de enaltecer, por isso, o papel cívico da jovem caldense Tânia Leonardo e do comandante dos Bombeiros do Bombarral na apresentação de projectos, ganhadores, a orçamentos participativos.
No caso do Teatro da Pessoa, onde Tânia Leonardo gere um grupo de jovens actrizes que trabalham com grupos de crianças, jovens e adultos nas Caldas e em Lisboa, que conseguiram obter verbas do Orçamento Participativo Nacional para construir a sua sede nas Caldas. Já o comandante dos Bombeiros Voluntários do Bombarral, Pedro Lourenço, concorreu e venceu o primeiro orçamento participativo daquele concelho. O objectivo do comandante era simples: dotar a sua corporação de equipamentos fundamentais para desempenhar a sua função e cujo valor de investimento se afigurava demasiado grande para a associação humanitária.
O seu projecto foi tão consensual que recebeu mais de metade dos quase 500 votos da primeira edição do OP do Bombarral.
Nesta quadra onde a solidariedade deve ser o mote, Zé Povinho deseja as maiores felicidades ao Teatro da Pessoa e à sua mentora, Tânia Leonardo e aos Bombeiros Voluntários do Bombarral, pela concretização destes projectos.

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