Caldas da Rainha Cidade Criativa da UNESCO na área do artesanato e das artes populares parecia um sonho impossível quando o objectivo foi lançado há poucos anos. Contudo, a atribuição desta distinção, em concorrência com muitas outras cidades, confirma que Caldas da Rainha tem as condições objectivas e subjectivas para se afirmar dignamente nestes temas no contexto internacional, se o quiser fazer.
Provavelmente muitos caldenses estão a pensar se a cidade e concelho têm o mérito para receber estes prémios mediáticos, que só por si de nada valem, os mesmos obrigam a uma postura e a uma prática verdadeiramente resiliente e proactiva, para concretizar os títulos em acções e resultados.
Ser cidade criativa da UNESCO implica mesmo uma atitude nova, que permita colar as muitas iniciativas que se tomam na cidade e no concelho e que são tratadas com displicência e sem articulação. Também este título obriga a maior consciência crítica em relação a muitas das iniciativas que têm de alinhar por um padrão que seja compatível com as práticas referenciadas por aquela organização internacional da Educação e da Cultura.
Zé Povinho ao destacar e elogiar o Presidente da Câmara, Dr. Tinta Ferreira, não o faz de ânimo leve, pois sabe que irá cobrar se esta for uma oportunidade perdida, caso “tudo continue na mesma como a lesma”, citando o povo.
Cidade Criativa da UNESCO não se compadece com o abandono a que está votado o Jardim d´Água de Mestre Ferreira da Silva, do atraso na recuperação do Hospital Termal Rainha D. Leonor, dos anacrónicos bancos de cimento que “enfeitam” o centro histórico, de uma incipiente e desconexa programação cultural das Caldas, sem cuidar do que se passa na região, de uma certa anarquia no trânsito e nos percursos pedonais e cicláveis da cidade, etc, etc.
Pelo que pode ver sr. Presidente da Câmara o caderno de encargos é grande para juntar a esta distinção, pela qual Zé Povinho o felicita.
Já basta de mais adiamentos na modernização da linha do Oeste. Há décadas que se fala da electrificação da ferrovia que serve as Caldas da Rainha, sempre prometida e adiada pelos vários governos, por vezes com grande despudor porque esqueciam as promessas à mesma velocidade com que antes as prometiam.
Finalmente houve um governo (o de António Costa) que iniciou um projecto para lançar o concurso público para a modernização de metade da linha do Oeste. Note-se bem: só metade, só entre Lisboa e Caldas da Rainha, ficando o troço a norte para as calendas.
Entretanto, só metade desta metade é que foi alvo de um concurso público: o troço Meleças – Torres Vedras. A parte restante até às Caldas deveria ter sido lançada até finais de Outubro.
Mas afinal, não só não se lançou o troço Torres – Caldas como o anterior sofreu agora uma prorrogação de mais 40 dias.
O plano Ferrovia 2020 dizia que a linha do Oeste deveria estar agora em fase final de obras e com tudo terminado no primeiro semestre do próximo ano. Mas estas ainda nem começaram.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, pode não ter culpa nenhuma disto porque só está nesta pasta desde Fevereiro passado. E até já explicou que a Infraestruturas de Portugal tem falta de engenharia e de capacidade para fazer avançar os projectos.
Mas o governante é o rosto do governo nesta matéria. Tem o dever de olhar para o que se passa na empresa por si tutelada e exigir rapidez na execução dos empreendimentos. Zé Povinho quase desconfia sobre que interesses se movem por detrás destes adiamentos que impedem que o Oeste tenha uma ferrovia em condições. Está na hora do ministro se chegar à frente e mostrar quem manda. Está na hora de colocar finalmente a linha do Oeste em obras.































