A semana do Zé Povinho

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Num período em que a intolerância, o racismo e a xenofobia regurgitam um pouco por todo o lado, em que o sentimento de ódio aos imigrantes vai alastrando – tantas vezes potenciado por quem tem responsabilidades políticas – é consolador ler nas páginas da Gazeta a história singela dos nepaleses da Fanadia.
Estes trabalhadores, que vieram de um país que fica a mais de 8000 quilómetros de Portugal, encontraram no concelho caldense gente que lhes dá emprego, que os trata como pessoas (e não como mera mão-de-obra), bem como uma vizinhança amigável que os respeita e até convive com eles. Mais: vieram de avião e com contrato de trabalho, em vez de arriscarem a vida em travessias clandestinas dentro de camiões onde se corre o risco de morrer asfixiado (como recentemente aconteceu no Reino Unido).
Dir-se-á que a boa integração dos nepaleses da Fanadia deveria ser a norma, mas, infelizmente, multiplicam-se as histórias de comunidades imigrantes que são mal recebidas, que vivem em guetos e sofrem ódios inexplicáveis, tantas vezes fomentados por populistas que se fizeram eleger à custa de notícias falsas e de discursos simplistas e primários, baseados no medo e no preconceito.
Num momento em que, em Portugal, um desses tristes populistas conseguiu ser eleito para o Parlamento, Zé Povinho opta por evidenciar este bom exemplo de integração e, na pessoa do senhor Shakti Sapkota (o mais antigo nepalês a viver naquela aldeia), dar as boas vindas a estes estrangeiros. Uma sociedade plural é sempre uma sociedade mais aberta, mais t
olerante e até mais criativa. Às Caldas da Rainha, que tem tradição de ter recebido (bem) várias levas de refugiados ao longo da história, são tão bem vindos os reformados ingleses e franceses, como os trabalhadores nepaleses, paquistaneses ou outros.

Zé Povinho está preocupado com a situação que atravessa o Sporting Clube das Caldas, importante instituição das Caldas da Rainha no desenvolvimento

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desportivo na cidade.
O clube atravessa uma crise directiva à qual não serão alheios problemas de índole financeira. A direcção eleita em Abril para um ano, não durou seis meses. O presidente eleito saiu e outros dirigentes bateram também com a porta, o que levou o executivo a cair por falta de quórum.
Os sócios reuniram na passada sexta-feira, 25 de Outubro, em assembleia-geral, mas não se chegou a uma solução de consenso, pelo que o clube ficou a ser gerido por apenas dois dirigentes enquanto não se encontra uma solução.
A juntar a isto, ou pour cause de, o clube atravessa uma situação financeira delicada e não conseguiu ainda inscrever quase metade dos jogadores que contratou para disputar esta época o campeonato da I Divisão de voleibol.
O Sporting Clube das Caldas tem enormes pergaminhos no desporto caldense, é responsável pelo nascimento de diversas modalidades na cidade, e vários clubes que hoje existem começaram por ser suas secções. Por isso, não merece – ainda por cima tão perto de celebrar os seus 100 anos – estar a atravessar uma situação como esta.
Zé Povinho deixa esta nota negativa, na esperança que se encontre uma solução para os diversos problemas do clube. Mas para isso é preciso que os sócios e as forças vivas da cidade se unam para não deixar cair uma parte tão importante da sua história desportiva.

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