Renato Bispo é designer e docente na ESAD. A sua dissertação de doutoramento “Design contra o Estigma” venceu o Prémio Nacional de Reabilitação. Zé Povinho aplaude o seu trabalho pois o investigador há 20 anos que se dedica a colocar o design ao serviço de quem sofre de incapacidades.
No seu trabalho académico, o docente reflecte sobre os preconceitos e as conotações negativas relacionadas com as ajudas técnicas que as pessoas com incapacidades necessitam. E não é apenas a deficiência que requer equipamentos adaptados. O próprio envelhecimento ou as incapacidades temporárias exigem que se façam adaptações e ajustes nos equipamentos e objectos quotidianos, bem como nas vias de circulação e de acesso.
Zé Povinho regozija-se com o facto deste docente passar o conjunto de princípios, que defendeu no seu trabalho académico, aos seus alunos que procuram construir objectos anti-estigmatizantes para quem tem alguma incapacidade.
E como esta temática e a forma como a sociedade deve lidar com ela é um assunto premente, Zé Povinho deseja a continuação de bons projectos a este investigador que se dedica profissionalmente à área da inclusão.
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| D.R.
O acordo de Theresa May para a saída a bem do Reino Unido da União Europeia foi chumbado por larga maioria no parlamento inglês e já foi catalogada como a maior derrota de um governo na Câmara dos Comuns dos últimos 100 anos.
Apesar de todos os seus esforços para conseguir um bom acordo para o Brexit, a líder dos conservadores nem sequer foi capaz de convencer os membros do seu próprio partido. O processo negocial causou uma grande turbulência no governo liderado por Theresa May, que no espaço de um ano perdeu nove ministros só à conta do Brexit, além de ter enfrentado forte contestação no seio dos conservadores.
Se a primeiro-ministro inglesa teve tantas dificuldades para convencer os seus pares, muito mais difícil seria convencer a oposição, pelo que a derrota no Parlamento era um desfecho anunciado. Reclama-se que o acordo traria mais desvantagens aos ingleses do que à União Europeia, com impactos negativos, quer no crescimento económico, quer na circulação de pessoas.
Agora levanta-se uma série de dúvidas, a começar pela própria continuidade do governo de May. Irá haver novo acordo, ou a saída será unilateral? Haverá espaço para um novo referendo, ou até para a anulação do Brexit? São dúvidas a mais a tão pouco tempo da data marcada para a cisão, 29 de Março. E isso começa a deixar nervosos, não só os ingleses, mas todos os interessados nas consequências desta saída, incluindo os empresários do Oeste que têm as suas exportações em risco, ou que podem vir a ter menos turistas ingleses nos seus estabelecimentos.
Zé Povinho acha que Theresa May não é a responsável única pela grande confusão em que mergulhou o Reino Unido com o processo do Brexit (e do qual muitos britânicos já estão arrependidos), mas é o rosto desta tragédia shakespeariana.