Luís Paulo chegou ao Caldas há seis anos e era, para a maior parte dos adeptos do Caldas, um perfeito desconhecido. Afirmou-se de forma categórica e tem sido o guardião das redes alvinegras desde então. Mais que isso, é uma referência da equipa e um dos preferidos dos adeptos, juntamente com jogadores como Rui Almeida, Militão, ou Simões, que nasceram e cresceram para o futebol no Caldas.
O guarda-redes já tinha sido herói quando o Arouca foi afastado da Taça de Portugal no Campo da Mata. Agora voltou a estar em grande plano na eliminação desse histórico do futebol português – a Académica. A sua exibição mereceu o título de melhor em campo, até mesmo para o treinador da equipa adversária.
Luís Paulo até é uma figura carismática, com uma farta barba como a de Zé Povinho e a agilidade felina do gato Pires, do seu criador Bordalo Pinheiro, mas não é por isso que merece este destaque. O guarda-redes esteve lesionado até muito perto da partida e quis jogar por sentir que podia fazer a diferença. E fê-lo contra as previsões clínicas, que indicavam que a lesão muscular que tinha não era recuperável. Jogou sem estar a 100% e tendo feito apenas um ou dois treinos completos antes do jogo. E é este o tipo de entrega e de espírito de sacrifício que leva às conquistas, e que as eleva.
Porém, o Caldas não teria passado esta eliminatória se só o seu guarda-redes tivesse feito um jogo memorável. Na verdade, todos os jogadores que estiveram em campo fizeram-no e merecem que esta menção ao seu guarda-redes seja estendida ao colectivo.
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| D.R.
Haja saúde. É este o primeiro desejo de toda a gente quando entra o Ano Novo. A saúde está na lista das aspirações de ricos e pobres, novos e velhos. E por isso Zé Povinho também gostaria de começar o ano desejando “saudinha da boa” a todos os leitores. Mas confessa-se preocupado com o estado da Saúde nas Caldas e na região. Neste caso da Saúde com letra grande, referindo-se ao maltratado sector da Saúde e, em particular, ao CHO que vai marinando sem soluções à vista, para desespero dos utentes que a ele recorrem ou que um dia terão de recorrer.
E neste cenário há claramente duas personagens às quais não se pode deixar de pedir responsabilidades: a Dra. Ana Harfouche, presidente do Conselho de Administração da prestimosa instituição que é o CHO e o Dr. Adalberto Campos Fernandes, ilustre ministro da Saúde da República Portuguesa.
A primeira preside a um Conselho de Administração disfuncional, que há muito precisava de ser substituído, a começar pela presidente, que mal mete os pés nas Caldas da Rainha, preferindo quedar-se por Torres Vedras onde decide deliberadamente não prestar contas a ninguém. As autoridades fecharam a linha de produção de citotóxicos e fecharam a cozinha do hospital das Caldas, a ampliação das urgências não avança, as análises clínicas têm preços diferentes num laboratório do Porto consoante são pedidas por médicos do hospital das Caldas ou de Torres, o serviço de urgências é o caos que se conhece, a falta de médicos especialistas é gritante. E tudo indica que, por este andar, qualquer dia o hospital das Caldas terá um simples Serviço de Atendimento Permanente em vez de umas verdadeiras urgências.
Enquanto isto, há um ministro simpático, conhecedor dos impasses em que o CHO está mergulhado, que até veio às Caldas antes das eleições e no início do mandato mostrar que estava a par dos problemas, que até prometeu obras nas urgências até ao fim de 2016 e que garante há mais de um ano que a instituição vai passar para EPE (Entidade Pública Empresarial). Mas nada se cumpre. O pobre ministro não tem a força suficiente para que o seu colega das Finanças (e agora presidente do Eurogrupo) abra os cordões à bolsa e permita que o CHO tenha o orçamento que merece, ou haverá outras razões que a razão desconhece?.
Localmente, um PS envergonhado resmunga e conspira pela sombra contra uma situação que o constrange. E o PSD assobia para o lado porque o governo afinal até é socialista.
E assim vai a Saúde neste pouco promissor início de ano. E o pior é que Zé Povinho já viu tanto que até acredita que é possível que as coisas continuem a piorar.