Perdas dolorosas num pequeno coração

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|D.R.

Quando um adulto pensa em perda, o conceito é, de certa forma, circunscrito. Na infância tal não acontece. As crianças são assoladas por este sentimento face à subtracção do melhor amigo, aquando de uma discussão (perda de estabilidade e confiança momentâneas), quando deixam de ter atenção dos pais, quando nasce um irmão, ou, no oposto, durante a agonia com consequente falecimento de alguém que lhes é próximo.
Donas de um pequeno corpo e de um coração gigante, capaz de compreender muito mais do que a maioria dos pais julgam apropriado para a sua idade, o seu sentimento nunca deve ser desvalorizado. O que a criança sente é a verdade mais pura.
Os adultos tem a experiência e o conhecimento que as crianças ainda não alcançaram, são capazes de perspectivar uma perda que se avizinhe, quando alguém está muito doente ou mesmo no caso de um divórcio, onde se quebram. Para as crianças a perda é crua e dificilmente compreensível, mesmo para as que ainda não aprenderam a falar. Estas perdas afectam a criança e influenciam o adulto em que se vai transformar.
As crianças tem direito a ser levadas a sério, respeitadas e compreendidas. Aqui, a empatia é fundamental. O adulto deve colocar-se no lugar da criança e nunca desvalorizar o seu sentimento. É mais fácil aliviar a dor quando existe uma base de verdade. A mentira nunca é o melhor remédio.
Ah! E não se esqueça, oiça incondicionalmente…

Sara Carvalho Malhoa

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