Desde que a doença esteja estabilizada, a gravidez é possível e desejável
Quanto melhor informado o doente estiver, melhor tratado será
O lupus é uma doença autoimune, que atinge oito a dez vezes mais as mulheres (em relação aos homens) em idade fértil. Não existe uma causa conhecida para o aparecimento da doença, exceto aquelas que raramente estão associadas à ingestão de determinados fármacos específicos. Ainda assim, é possível afirmar que existem fatores de ordem genética, hormonal e ambiental que contribuem para o aparecimento da doença, embora também estes sejam ainda uma questão pouco esclarecida. Sendo o lupus mais comum nas mulheres, a Conferência Internacional “Madeira Lupus Clinic” reserva uma preleção sobre a gravidez e o lupus, isto porque, afirma Jorge Martins, Presidente da Conferência, “é preciso acabar com uma série de tabus”.
Para o internista, a questão principal quando uma mulher com lupus quer engravidar é, desde logo, o período de anticonceção. “Uma gravidez no lupus é possível e desejável se for programada. E uma gravidez para ser programada, a pessoa tem de estar protegida, ou seja, tem de saber quais os métodos anticoncecionais que pode e deve usar, para que, depois de estabilizada a doença, então sim, possa engravidar. Caso contrário, numa situação de doença em atividade, poderão ser vários e gravíssimos os problemas para a mãe e para o feto.”
Assim, no momento da conceção, a mulher deve ter a doença estabilizada há seis meses, para garantir uma gravidez mais segura. Contudo, Jorge Martins afirma que “será sempre uma gravidez de risco, mas nestas condições, felizmente, a maioria dos casos são de sucesso e sem complicações para a mãe e sem complicações para o bebé.”
Para Jorge Martins o envolvimento dos doentes é fundamental, pois acredita que “quanto melhor informado o doente está, melhor tratado ele será, ou seja, quanto mais o doente souber da sua doença e daquilo que nós (médicos) estamos a tentar fazer para que ele melhore, melhor tratado ele ficará”. O internista destaca assim um dos principais pontos, sublinhando que “é este envolvimento entre nós (médicos) e o doente que queremos criar.
Marta Cerdeiro, Communication Consultant
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