“A Linha do Oeste não pode encerrar!”, defende Comissão de Defesa

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notícias das CaldasA Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste diz que é “inadmissível a possibilidade de vir a ser encerrada a Linha do Oeste, mesmo que numa parte do seu troço”. Num comunicado datado de 28 de Junho, o grupo defende que “este eixo ferroviário é de uma importância vital para o desenvolvimento económico e social da região”.
Na reacção à notícia de que o anterior governo entregou à troika um estudo em que propõe o encerramento de 127 km da Linha do Oeste, entre Louriçal e Torres Vedras, a comissão diz que o encerramento da linha iria retrair a economia nacional, quando urge dinamizá-la para que se consiga ultrapassar a crise.

O aumento do número de desempregados, engrossado com os trabalhadores da ferrovia, e o aumento da importação dos combustíveis fósseis, fruto de um maior tráfego rodoviário, são as consequências apontadas, caso se concretize o encerramento proposto pelo governo do José Sócrates. Uma proposta que “vem confirmar que os anteriores responsáveis políticos pelo nosso país não tinham qualquer vontade de levar por diante a promessa de requalificar a Linha do Oeste”, acusa a comissão.
No documento, o grupo defende ainda que a ferrovia regional “tem potencial, que se for devidamente aproveitado poderá servir os distritos por onde passa”. E neste contexto é importante saber qual será a posição dos partidos que actualmente estão no poder (PSD e CDS-PP), que defenderam a requalificação da ferrovia, mas também assinaram o acordo com a troika.
“É fundamental que todos aqueles que consequentemente têm defendido a requalificação da Linha do Oeste se unam e se mobilizem contra o seu encerramento”, exorta a comissão, que quer reunir urgentemente com os partidos representados no Parlamento, com o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e com os autarcas da região Oeste.

“Um manifesto atentado contra o desenvolvimento da região”

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Também o PCP está preocupado com o futuro da Linha do Oeste. “A concretizar-se esta medida [de encerramento de parte da linha], estaríamos em presença de um manifesto atentado contra o desenvolvimento da região do Oeste e de um agravamento das condições de vida das suas populações”, defende o deputado Bruno Dias.
No requerimento que fez ao ministro da Economia e Obras Públicas, o deputado comunista questiona qual o destino que o governo pensa dar ao “estudo” para o encerramento de mais de 800 quilómetros de caminho-de-ferro que foi divulgado na comunicação social e que medidas vai desenvolver no sentido da modernização e requalificação da Linha do Oeste.
Bruno Dias quer ainda saber se está em preparação uma “estratégia de ameaça a abrir caminho a uma decisão de suposto “meio termo” que, não retirando a Linha do Directório de Rede Ferroviária, passe “apenas” pelo encerramento do serviço regular da CP”.
No documento, datado de 1 de Julho, o deputado comunista – que tem acompanhado os assuntos do distrito – refere que o encerramento da linha representaria um novo contributo para o isolamento das diversas localidades e respectivas populações e penaliza o desenvolvimento económico desta região. “Esta medida significa ainda mais despedimentos na CP e na Refer e o subsequente aumento do desemprego”, acrescenta.
Citando o jornal Gazeta das Caldas, refere que estações como Ramalhal, Pataias, Martingança, Leiria e Louriçal são entrepostos de mercadorias que necessitam de estar ligados ao caminho-de-ferro, acabando o país por ficar a perder se estes transportes forem efectuados em camião pela A8 e outras estradas.
O PCP sempre defendeu que a requalificação da Linha do Oeste “era imperiosa”, contribuindo para uma melhoria da região a nível económico, social e ambiental.

Deputados do PSD querem conhecer proposta do anterior governo

Os deputados eleitos pelo PSD no distrito de Leiria à Assembleia da República querem ter acesso ao estudo que o anterior governo entregou à troika e onde preconiza o encerramento de cerca de 800 quilómetros de ferrovia nacional, entre os quais o troço da Linha do Oeste entre Louriçal e Torres Vedras.
No pedido enviado ao Ministério da Economia e do Emprego, tutelado por Álvaro Santos Pereira, os seis deputados social-democratas eleitos pelo círculo eleitoral de Leiria salientam que o documento é “de exclusiva responsabilidade do anterior Governo PS” e pedem ainda que lhes seja facultado o estudo que a Refer desenvolveu sobre o redimensionamento da rede ferroviária nacional. Um estudo em que o número de quilómetros que se propõe encerrar é muito inferior que os propostos pela equipa de José Sócrates.
Por fim, os deputados solicitam à tutela que lhes seja prestada toda a informação técnica que permita avaliar o funcionamento e a exploração da Linha do Oeste.

 

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