Recandidato à presidência pelo movimento, Vítor Marques fez críticas diretas e indiretas ao PSD
O Vamos Mudar (VM) inaugurou no passado dia 1 de agosto a sede de campanha para as eleições autárquicas, no número 12 da Rua Henrique Sales, um espaço que pretendem ser de partilha com os caldenses. Vítor Marques, cabeça de lista à Câmara pelo movimento, elencou os cinco eixos principais da recandidatura, entre algumas “bicadas” à candidatura do PSD.
Cláudia Henriques, porta-voz do VM, deu início à cerimónia sublinhando o espírito de abertura do novo espaço. “Esta casa está aberta a todos, não é só para quem concorda connosco, é para todos aqueles que acreditam que Caldas pode ser melhor, mais justa, mais cuidada, mais criativa”, declarou, apontando o local não apenas como um ponto logístico de campanha, mas como “um espaço de escuta e de empatia”.
Mais do que um espaço físico, “é um espaço de encontro de ideias e de projetos, tanto para a campanha eleitoral como para o futuro do concelho”, completou António Curado, cabeça de lista do movimento à Assembleia Municipal. O médico e dirigente associativo defendeu a importância do envolvimento da comunidade desde a base do processo eleitoral e destacou a “alegria de começar uma nova caminhada”, esperando uma campanha “rica, participativa e que nos vai conduzir seguramente à vitória”.
Vítor Marques, salientou que o programa eleitoral do VM está a ser construído com contributos diversos e que a sede será também “um espaço para esse trabalho colaborativo”. No entanto, as linhas gerais estão definidas, com cinco grandes pontos principais.
A saúde é um desses pilares e nele entra a defesa da construção de um novo hospital para as Caldas e para a região Oeste, mas também ao nível dos cuidados de saúde primários, destacando Vítor Marques a necessidade de resolver a falta de médico de família que afeta perto de 40% da população do concelho.
O líder do movimento deixou uma crítica direta ao Governo, afirmando que, apesar das diversas solicitações de audiência, em várias áreas, o município não foi ouvido. “Deve ser raro o mês em que não vem um governante às Caldas, mas vêm sempre em passeio. Para trabalhar nas questões que colocámos, não temos resposta”, acusou, deixando no ar a ideia de que há tratamento diferenciado por se tratar de um movimento e não um partido, com as cores do Governo.
A segurança é outra das prioridades, com o autarca a destacar a intenção de avançar com sistemas de videovigilância e a polícia municipal. Outro dos temas críticos tem sido a questão da cobrança do saneamento aos munícipes sem acesso à rede. Vítor Marques reforçou que pretende manter a legalidade imposta pela legislação atual, mas pretende introduzir mecanismos que garantam maior justiça social, o que pode passar pela opção entre o pagamento da tarifa de saneamento e o modelo de saneamento individual, que avançou estar em negociações com a ERSAR. Aumentar a oferta de habitação a preços controlados e o termalismo são os outros eixos principais da candidatura.
No discurso de abertura da sede de campanha, Vítor Marques deu ainda algumas achegas à maioria PSD na Assembleia Municipal, queixando-se da reprovação de propostas apresentadas pelo executivo municipal, unicamente por serem da autoria do VM. Refutou a ideia de que a câmara está “falida”, afirmando que há quatro anos a autarquia tinha “quase 6 milhões de euros, agora deixamos mais de 8 milhões”. Aproveitou também para fazer uma crítica indireta a práticas orçamentais do passado, que classificou como formas de “ocultar” ou “atrasar” o registo real dos encargos públicos. “Há obras que ficam tecnicamente concluídas, mas não são dadas como terminadas para evitar que contem como despesa. Nós não fazemos isso, fazemos como tem de ser feito”, declarou.
Vítor Marques acredita que o VM está mais capaz e preparado do que há quatro anos e acredita que pode “fazer um caminho melhor”, afirmou, sublinhando que o movimento não quer “regredir ao passado”. “Vamos mudar, mas vamos mudar juntos”, concluiu.































