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A eleição de Marcelo Rebelo de Sousa era tão aguardada que foi com uma alegria serena que os resultados foram sendo acolhidos ao longo da noite na sede da concelhia do PSD nas Caldas da Rainha.
Desde a primeira hora o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, assumiu o comando dos resultados que iam chegando das mesas de voto das freguesias do concelho. Na sede situada na Praça 5 de Outubro, inaugurada em 1998 pelo agora eleito Presidente da República, estavam cerca de 10 pessoas.
Ainda antes de surgirem os resultados das sondagens à boca de urna, já Tinta Ferreira vaticinava uma vitória à primeira volta, com 51 a 52% dos votos. E acertou na mouche. Os resultados surgiram pelas 20h00 e foram acompanhados com uma ronda pelos quatro canais de sinal aberto. O televisor ficou sintonizado na SIC, que dava a sondagem mais favorável ao candidato que tinha voto recomendado pelo partido.
Ao final da noite, com a vitória garantida à primeira volta, não houve lugar a caravana, até porque não havia um apoio expresso do partido, mas havia muita satisfação pela eleição e pela forma como ficou expressa a escolha dos portugueses na votação.
Luís Ribeiro, mandatário concelhio da campanha de Marcelo Rebelo de Sousa diz que “não foi surpresa” este resultado, fruto de uma campanha “serena e esclarecedora” em relação às funções do Presidente da República. Já os outros candidatos “limitaram-se a criticar o candidato Marcelo Rebelo de Sousa e a falar de coisas que não são competência do Presidente da República”, acrescentou.
Se os resultados a nível nacional agradaram, tendo até em conta que Marcelo Rebelo de Sousa venceu em todos os distritos, a nível regional não ficaram nada atrás. Tinta Ferreira observa que o resultado foi mesmo melhor que o da reeleição de Cavaco Silva. “Era perceptível pela recepção que tivemos ao candidato Marcelo Rebelo de Sousa, os caldenses sentiram-se identificados com ele, acreditaram nas suas propostas”, sublinhou, para acrescentar depois que a convicção é que Marcelo Rebelo de Sousa será um excelente presidente.
Tinta Ferreira destacou ainda nestas eleições os resultados de Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, e do independente Vitorino Silva, que foram “além do inicialmente expectável”.
Questionado se este resultado clarificava a votação nas legislativas, que deu vitória à coligação PSD/CDS mas permitiu aos partidos de esquerda assumir o Governo, Luís Ribeiro comentou que “os portugueses sabem escolher, é a única resposta a essa pergunta”.
Uma “vitória natural”, diz Rui Gonçalves (CDS/PP)
Na sede do CDS-PP a noite eleitoral foi bastante calma. Se o partido não apoiou directamente um candidato a estas eleições, recomendou o voto em Marcelo Rebelo de Sousa e a vitória do candidato colocado mais à direita foi “natural”, defende o vereador da Câmara das Caldas pelo CDS-PP, Rui Gonçalves.
Na sede da concelhia estiveram apenas seis pessoas e em cima da mesa havia um bolo de… laranja.
A contagem dos votos cedo confirmou a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa e a reacção foi “de satisfação” entre os democratas cristãos. “Parece-nos o candidato mais bem preparado para ser Presidente”, refere Rui Gonçalves. Para além disso, o resultado espelha os largos anos de exposição mediática que o professor tem tido como comentador político. “Toda a gente sabe o que ele é, o que pensa e a equidistância que tem em relação aos partidos, como provou com criticas fortes ao Governo anterior em várias ocasiões”, sustenta.
Trata-se ainda da “vitória natural” do candidato que, para Rui Gonçalves, reunia condições para ser “o Presidente de todos os portugueses, ao contrário de Sampaio da Nóvoa, que se manifestou um defensor da esquerda”.
Esquerda que, para o vereador do município caldense, é a grande derrotada deste acto eleitoral, excepção feita ao BE de Marisa Matias. O PS porque “os dois candidatos que apoiou têm à volta de 25% no total, o PS apostou mal nestas eleições”, considera. O PCP “está a sofrer o efeito de estar a apoiar o Governo e teve uma hecatombe, que demonstra a insatisfação do seu eleitorado”, acrescenta.
Em relação às legislativas, Rui Gonçalves acredita que estes resultados vêm reposicionar um eleitorado que não votou ou redireccionou a votação à esquerda “por insatisfação com as medidas que o anterior Governo teve que tomar, impedindo a maioria absoluta da coligação”.
Gazeta das Caldas dirigiu-se à sede do Bloco de Esquerda na noite eleitoral para recolher uma reacção ao resultado obtido por Marisa Matias, mas a sede esteve encerrada.
