
Os vereadores do PS na Câmara das Caldas, Rui Correia e Jorge Sobral, querem que as fotografias de Manuel Perpétua e Hergildo Velhinho, (presidentes da comissão administrativa da autarquia entre 1974 e 1976) integrem a galeria de autarcas, a criar pela autarquia. A criação desta galeria foi aprovada, por unanimidade, na Assembleia Municipal de 18 de Abril.
A proposta prevê a criação de uma galeria de autarcas constituída por presidentes de Câmara e da Assembleia Municipal eleitos desde 1976 e que deverá ficar patente no Centro de Interpretação da História da Cidade, um espaço destinado à história local de será criado pela autarquia.
O parecer que foi aprovado por unanimidade na segunda comissão (incluindo os votos dos elementos do PS), e depois em plenário (também com os votos do PS), defende que apenas sejam abrangidos os presidentes da Câmara e das assembleias municipais efectivamente eleitos, bem como os que no âmbito dessas eleições, os substituíram de forma definitiva e não temporária.
Acrescenta ainda, por sugestão dos deputados socialistas José Carlos Abegão e Luísa Barbosa, que os presidentes da autarquia e Assembleia Municipal após o 25 de Abril de 1974, que não foram eleitos mas nomeados pelos respectivos partidos, também sejam abrangidos. A proposta vai no sentido de não estarem na mesma galeria, mas noutro espaço.
Foi ainda recomendado à Câmara que seja instalado, nos Paços do Concelho, um painel informativo (com nome e fotografia) dos actuais responsáveis eleitos, que deverá ser actualizado sempre que necessário.
Legitimidade propiciada pela revolução
Os vereadores do PS manifestam, em comunicado, a sua “profunda indignação” com o facto dos presidentes das comissões administrativas não integrarem a galeria de autarcas eleitos. Consideram que Manuel Perpétua e Hergildo Velhinho, assumiram os destinos do concelho num contexto de grande dificuldade, “num rasgo de valentia, quando se viviam momentos de grande entusiasmo democrático, mas também de fortes pressões, onde todos queriam tudo e depressa”. Em comunicado, destacam a sua coragem em tempo de ditadura e que estes foram escolhidos pelos representantes dos partidos da altura.
Rui Correia e Jorge Sobral referem que estes presidentes, tais como os presidentes da República (António de Spínola e Costa Gomes), foram “empossados pela legitimidade que lhes foi propiciada pela revolução”. Acrescentam ainda que os militares que presidiram ao país, embora não tendo sido eleitos em sufrágio universal, não foram contestados por figurarem no palácio de Belém ao lado dos restantes presidentes eleitos.
“Só por desfiguração histórica, ou outro factor impróprio se poderia compreender que se tome esta medida injusta de afastamento da galeria de retratos dos presidentes pós 25 de Abril, os presidentes da comissão administrativa saída da Revolução dos Cravos”, rematam, pedindo para que a decisão da assembleia seja rectificada.
Esta não é a primeira vez que os socialistas na Câmara e Assembleia Municipal têm posições divergentes. No ano passado decisão da Câmara em pedir um empréstimo bancário de dois milhões de euros contou com a oposição dos deputados socialistas na Assembleia Municipal mas com a aprovação (embora crítica) dos vereadores do PS no executivo camarário.






























