Teresa Serrenho apresentou, a 25 de Maio , no Pópulos, a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, pelo Movimento Independente Viver o Concelho.
O café-restaurante encheu-se de gente para assistir à apresentação que contou também com a intervenção do professor universitário Paulo Teixeira Morais. A candidata, que também dirige a AMAI e que há quatro anos, candidatou-se há quatro anos à Junta de Freguesia de N. Sra. do Pópulo, quer agora conquistar a autarquia.
“Queremos devolver às cidadãs e cidadãos a gestão da sua terra”. Esta foi uma das ideias defendidas por Teresa Serrenho durante a sua intervenção na apresentação pública que contou com a presença de cerca de 150 pessoas, de várias idades e profissões e que se uniram à candidata no passado sábado. A professora e ex-dirigente escolar quer quebrar “a teia das propostas eleitoralistas, das promessas infundadas, das mentiras e do descabido” e prometeu que vai dar prioridade às áreas da Saúde, das Termas, da Educação, da Cultura, do Ambiente e das actividade económicas base do nosso concelho.
Teresa Serrenho considera que esta “é uma cidade que se vê na decadência” e que “num concelho que se vê fragmentado, tanto há para fazer!….”, disse a candidata. Referiu ainda que as candidaturas independentes não têm igualdade de tratamento de oportunidades. “Os partidos estão isentos de pagamento do IVA” ao passo que as candidaturas têm que o suportar. Sendo 23% “são mais um quinto de oneração suplementar que os grupos de cidadãos têm que suportar em relação aos partidos”. E por isso a candidata apelou a participação financeira de todos de modo a levar uma candidatura e uma campanha participativa e diferente, tendo apelado ao espírito de solidariedade e de abraçar ideias inovadores “fora da caixa”.
Durante o mês de Junho, o Movimento Independente Viver Concelho que tem em Teresa Serrenho a candidata à Câmara, vai levar a cabo um ciclo de conferências designado “Ouvir o Concelho” para estudar todas as vontades e contributos de cada uma das freguesias caldenses de modo a construir “o primeiro programa eleitoral participativo das Caldas”. A candidata anunciou que a sua sede de campanha fica na Rua Henrique Sales nº 50, no centro da cidade e que irá anunciar em breve o seu mandatário e os candidatos às freguesias caldenses bem como à Assembleia Municipal.
Na sessão estiveram alguns representantes de candidaturas independentes que vieram deixar o seu apoio a Teresa Serrenho, entre eles João Martinho, candidato independente do Movimento pelo Nadadouro que, em breve, também irá apresentar a sua candidatura.
Segundo a candidata, os movimentos independentes às Câmaras de norte a sul do pais “estão a crescer e neste momento já são 10% do total das candidaturas”.
“O poder local tem-se vindo a adulterar”
A candidatura de Teresa Serrenho é “uma aurora de esperança que pairará no nosso horizonte”. Palavras de Conceição Couvaneiro, caldense e apoiante da candidata que não tem dúvidas de Teresa Serrenho “se irá afirmar pelo rigor, pela competência, pela razão e pelo coração”.
Presente esteve o professor universitário, Paulo Teixeira de Morais que comentou que estava “muito feliz” com esta candidatura independente à Câmara das Caldas mas também “muito preocupado com o poder local”. E isto porque o que foi uma grande conquista da democracia portuguesa “se tem vindo a adulterar progressivamente” e, volvida uma geração sobre a revolução do 25 de Abril, “é no poder local que está uma das grandes causas da crise”.
Para o convidado é no poder local que se manifestam “as realizações de corrupção mais preocupantes sob o ponto de vista do direito nacional mais até do que na administração central”. O docente universitário acha que o poder local deveria ter como maior preocupação gerir o espaço público em função do interesse colectivo.
Paulo Morais, que foi vice-presidente da Câmara do Porto e é o coordenador da ONG Transparência e Integridade, afirmou que na actualidade o poder local ocupa-se sobre outras funções tais como “arranjar negócios para os amigos e arranjar empregos para os apaniguados do partido”. O convidado afirmou que este fenómeno se constata nos maiores concelhos do país onde, quem está ligado aos partidos com poder, “arranja emprego na autarquia ou ligado a uma empresa municipal, o que representa uma enorme injustiça”. Na sua opinião é uma perda económica pois “só por milagre é que alguém que tem jeito para liderar um partido e para colar cartazes, para fazer jantares e andar de megafone na mão é que será um bom gestor municipal”. O convidado considera que o país está “pejado” com este fenómeno onde empresas, câmaras e direcções estão à mercê de “uma série de indivíduos cuja competência foi arrebanhar votos e colar cartazes”.
Nos pequenos concelhos acha que ainda “é pior” pois “o primeiro empregador é Câmara Municipal, o segundo por regra é a Misericórdia ou outra IPSS, uma outra empresa com grande ligação à Câmara ou seja estabelece-se, por norma, uma rede clientelar à volta do presidente da Câmara”.
O professor universitário acha que quem está nos partidos de poder “está condenado a ter emprego por muito incompetente que seja e quem está fora não consegue empregar-se”.
Na sua opinião, também o urbanismo é a fonte de maior corrupção e denunciou que são constituídos perigosos esquemas entre autarcas, promotores imobiliários e banca.
Paulo Morais acha também que os candidatos dos partidos têm a preciosa ajuda dos comentadores televisivos, algo vedado aos independentes. Considera pois que as eleições de Outubro, “não serão totalmente democráticas pois os partidos têm melhor acesso ao eleitorado através do maior instrumento de propaganda que é a televisão”, rematou. N.N.































