Contrariamente ao que noticiámos na semana passada, o recurso a empresas de trabalho temporário para assegurar serviços ao Centro Hospitalar sai mais caro ao erário público do que admitir pessoal e pagar-lhe de acordo com as tabelas de vencimento da função pública.
Quem o diz é o administrador do CHO (Centro Hospitalar do Oeste), Carlos Sá, em declarações à Gazeta das Caldas, nas quais esclarece que o recurso ao outsourcing é a alternativa possível para assegurar o funcionamento dos hospitais, uma vez que legislação em vigor – destinada a controlar a despesa pública – impede as administrações de contratar pessoal.
Em face disso as entidades do Estado são obrigadas a adjudicar serviços a empresas privadas para se poderem manter em funcionamento, como é o caso do CHO (antigo CHON) que conta actualmente com 135 trabalhadores a desempenhar funções em diversas valências através de firmas subcontratadas.
Carlos Sá esclarece ainda que o recurso a estas empresas “é também uma forma possível de o CHON conseguir a contratação de diversos especialistas, sobretudo na área médica, cuja carência de profissionais em número suficiente para dar resposta às necessidades dos serviços de saúde faz com que sucessivos concursos de contratação de pessoal médico fiquem desertos, ou seja, sem candidatos”.
O número de colaboradores do Centro Hospitalar em regime de prestação de trabalho temporário não tem vindo a aumentar, mas sim a decrescer, tendo passado de 203 em Novembro de 2011 para 135 um ano depois. O administrador diz que esta redução foi conseguida, não através da eliminação de serviços, mas sim através de uma maior racionalização dos mesmos e contou que havia áreas com pessoal a mais porque em determinado momento da história do CHON se contratou pessoal em excesso.
Em 2012 o CHON estima gastar um total de três milhões de euros em empresas deste tipo, um valor que representa perto de 10% da massa salarial da instituição.
Com a forte pressão para conter custos e a passagem do CHON a CHO (integrando agora os hospitais de Torres Vedras) e a redistribuição das valências que se avizinham – num processo que não tem primado pela transparência –, é provável que continue a tendência para a diminuição de subcontratados.
Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt































Nao se pode esperar outra coisa o Estado so se preocupa em despedir pessoal e esquece-se que os servicos nao podem funcionar minimamente sem medicos, enfermeiros etc…Depois vao a correr aos subcontratados a precos elevadissimos…Isto e uma boa gestao?…